sábado, maio 20, 2006

Descanse em Paz

Eu queria, de verdade, escrever essas palavras de um fôlego só. Sem me atrever a fazer uma correção e leitura repetida. Queria que elas pudessem ser nítidas e tão conjuntas que saissem de mim passando por essas letras e fossem completamente compreendidas.

Aos meus queridos amigos que conquistei deixando aqui essas palavras, faço o meu mais belo sorriso e deixo escrito na alma um grandioso obrigado. As vozes aqui presentes que me proporcionaram tantas felicidades. Aos amores que me deram inspiração ou desamor para escrever minhas lamentações. Aos mestres inalcançaveis que sempre me inspiraram com sua benção.

São 20 anos do tempo em que vivi, e rever tudo em notas em cadernos de 100 e 50 parece muito dificil. Eu andei virando as páginas do passado, lendo tudo que escrevi aqui e não pude deixar de notar uma estranheza naquilo que fiz. Na mudança em cada uma de minhas palavras. Como se antes, no nosso inicio, tudo soava mais solto, natural e que agora posto eu em minha evolução estivesse preso em estilos que nem sei definir. Usando as mesma palavras sobre o mesmo variar.

Pois bem, amigos. Cada ano que passa e me envelhece me transforma em um homem de reflexão. Pensando seus erros, procurando quem foi a responsável por me preender em uma gaiola, quando eu só queria ser livre e voar. Quem me deu o veneno mortal que até hoje corre em minhas veias, não me permitindo ser muito mais além do que poderia ser.

Sim, eu vi muitas coisas desde que nasci, muitas delas que não deveria ser espectador. E agora, vinte anos depois eu estou só num corredor escuro, fazendo do estalar de meus dedos o compasso para a música que devo seguir. Caminhando na minha casa de mil portas, fechando porta a porta e dando inicio a tudo novo. Descobrindo aos poucos que mesmo tendo a força em meus braços, um medo constante abarca meu pensar.

Hoje estou morto e não quero lágrimas no meu sepultamento. Amanha volto, mas célebre, vivo, augusto, com novas palavras no lábios.

Deixo aqui minhas últimas palavras antes de dormir, durmo com a imprevisibilidade do futuro. Deixando meus sonhos para o inferno, a coroa de rei, para só procurar o real. Cessar os vícios não será trabalho fácil. Mas os meus medos devem ser deixados para trás. Durmo com o erro do que foi cometido, sabendo que acordei sábio. Durmo com a vontade de ser o que algumas pessoas dizem que sou.

Dudu, Rafael, que nós sejamos sempre 3 vozes. Que possamos sempre ter o prazer de nos recriar, tecer o fio que nos une. Que sejamos aqueles mesmos garotos que começaram a juntar palavras mas que também sejamos um dia homens que possam com o tempo sentirem que a vida é na verdade simples demais.

Parto agora, e renasço amanhã. Com a ajuda de Deus, me renovo, me transformando em outros eus. Sempre vivo.

Thiago Augusto

3 Comentários:

Às 4:33 AM , Blogger Unknown disse...

nice blog..:)

 
Às 9:21 PM , Blogger Elana Bellini disse...

maravilhoso, menino augusto.
tomara que não só o seu dia de hoje seja tão intenso.
um beijo!

 
Às 2:20 PM , Anonymous Anônimo disse...

Me faltam palavras depois de tudo que li...
beijo.

 

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