quinta-feira, dezembro 28, 2006

Finite

Chega um momento na vida de todo homem que ele alcança algum objetivo. Ou ele percebe que o que ele desejava não está mais lá, ou demora um certo tempo para entender sua conquista.

Quanto a mim, posso dizer que tudo é diferente desde que reiniciamos esse blog em janeiro. Existiam outros verbos, outros mares, muitos pensamentos e sensações que agora não mais me habitam.

Minhas palavras, que são meu elo entre os leitores, estão tímidas. Há em mim uma busca, nova, em fazer com que aquilo que escrevo tenha um significado novo. Não o mesmo velho significado, porque essas palavras já não me servem mais.

Quantas palavras jogadas a toa, talvez. Mas vamos cessar o discurso.

Pois bem, o Três Vozes encerra aqui suas atividades do ano de 2006, como talvez já fosse possível notar.

O blog fecha um ciclo de dois anos de evolução. Revendo nosso passado nesse blog notamos que sim, evoluímos um pouco em nossa escrita. Quem sabe em breve possamos atingir um nível um pouco mais consistente daquilo que chamamos de nossa literatura.

Assim, por uma decisão unânime, o blog se fecha. Não para sempre, mas sim por tempo indeterminado, pois ano que vem estaremos de volta, mas ainda não sabemos quando.

E, quem sabe, dessa vez com um projeto mais consistente, um site um pouco maior dando mais atenção ao que fazemos, talvez.

Nessas últimas linhas ficam o nosso agradecimento pelos nossos leitores, que sempre estiveram presentes desde o início, aqueles que surgiram no meio da jornada, ou ainda aos novos que nos lerão somente agora, vendo essa despedida.

Muito obrigado a todos vocês.

Que esse tempo faça com que eu, Eduardo e Rafael possamos nos renovar. Não só na literatura, como em nossas experiências. Que se quebrem diversos espelhos e possamos ver nossos planos, novas perspectivas, sonhar o não sonhável, tocar aquilo que parecia impossível, e viver, acima de tudo.

Desejo a vocês um feliz ano novo, mesmo achando esse rito de passagem um tanto quanto besta, já que ninguém muda de fato.

No mais acompanhem a nossa saga pessoal nos seguintes endereços:

Rafael Rodrigues, no site Digestivo Cultural e no blog Entretantos
Eduardo Leite, no seu blog ContraCultura
Thiago Augusto, em sua viagem ao mundo fotográfico em Tolo da Colina. Embora seja um endereço de fotos, alguns textos surgiram por lá.

Como diz uma música da Banda Stereophonics, You Gotta Go There To Come Back. Ou em uma tradução rápida, Você tem que ir lá para voltar.

Portanto, não se preocupem. Por hora, nós fomos. Mas depois voltaremos. Se estaremos melhor ou não, só o tempo dirá. Sem planos, nem perspectivas, eu nem sonho mais. Deixo com o tempo essa resposta e nada mais.

Quando voltarmos, avisaremos aos conhecidos, quem quiser deixar seu e-mail nos comentários para contato, também é bem vindo.

Obrigado,
Thiago Augusto

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Talk to the devil - Parte Final

“Não, idiota! Eu não matei a vadia. Eu não poderia, a não ser que você quisesse o suficiente para sair de mim e alcançar sua consciência...

terça-feira, novembro 28, 2006

Eu tenho que ir, baby

Ele disse
"Baby, não dá mais pra nós dois, nossa história de amor chegou ao fim
Foi bom até aqui, mas nossa caminhada acabou
Baby, eu ainda gosto de você, mas não daquela maneira
Da maneira que gostava quando tudo começou
Ah, baby, me perdoa, não quero te ver sofrer, não quero te ver chorar
Eu daria a minha vida se pudesse, só pra não te magoar
Baby, vê? Eu também estou sofrendo... Sofro por ter que te deixar assim
Mas, baby, não posso mentir pra você
Não posso fingir pra você
Eu não quero mentir pra você
Baby, não fica assim
Você vai conseguir
Alguém bem melhor pra cuidar de ti
Pra enxugar tuas lágrimas
E te dar tanto amor
Quanto eu te dei
Baby, me perdoe mais uma vez,
Mas eu tenho que ir
Ela me espera e eu não posso demorar
Baby, veja só, a vida é assim,
Você não se lembra, mas você a trouxe até mim
Baby, a outra, é ela.
É ela, baby,
Que você trouxe pra mim."
E ela chorou.

* Só um exercício de escrita bobo e muito ruim, que algum dia pode virar algo sério e razoavelmente bom

quinta-feira, novembro 23, 2006

A favor da ortotanásia (e da eutanásia também)

Até alguns dias eu não sabia sequer da existência da ortotanásia. E com o pouco que sei hoje, quando escrevo este texto, declaro-me desde já a favor do procedimento. Sou e sempre fui a favor da eutanásia. Uma vida prolongada por medicamentos e aparelhos, multiplicada em dor e sofrimento – tanto do paciente quando da sua família –, não é vida.

A diferença entre ortotanásia e eutanásia é mínima. Nesta, o médico age de maneira ativa sobre o paciente, introduzindo-lhe alguma droga ou desligando os aparelhos que vinham mantendo-o vivo. Naquela, o médico tem a possibilidade de, no caso de ter o aval do paciente ou da família dele, nem iniciar um tratamento que vá prolongar a vida do enfermo, mas apenas em casos de pacientes que não têm possibilidade alguma de cura. Resumindo: na eutanásia, a morte é provocada após uma internação médica que a evitou e continua evitando. Na ortotanásia, a vida segue seu caminho natural, rumo à morte, sem intervenção médica.

Recentemente o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou uma resolução que dá aos médicos o direito de praticar a ortotanásia, se o paciente ou a família dele optarem por ela, claro.

Mas mesmo com a resolução aprovada pelo CFM, os médicos ainda não podem se sentir tranqüilos. Eles podem ter problemas judiciais, já que a medida não é uma lei. O profissional que fizer uso da ortotanásia, mesmo que a pedido da família do paciente ou por ordem do próprio, pode ser acusado de homicídio.

Até alguns dias eu não sabia sequer da existência da ortotanásia. E com o pouco que sei hoje, quando escrevo este texto, declaro-me desde já a favor do procedimento. Sou e sempre fui a favor da eutanásia. Uma vida prolongada por medicamentos e aparelhos, multiplicada em dor e sofrimento – tanto do paciente quando da sua família –, não é vida. E casos de pessoas que passaram cinco, dez, quinze anos em coma e despertaram não me fazem sequer pensar em mudar de opinião.

O desgaste, em casos como esses, para o profissional e para a família do paciente não vale a pena. As seqüelas do período passado em coma também não fazem valer a insistência. Sem contar o dinheiro gasto em todo o período.

A aprovação da resolução pelo CFM é só o início de uma grande discussão, que se estenderá por um longo tempo. Só resta torcer para que o bom senso seja soberano, e que a resolução possa ser, em breve, chamada de lei. Abrindo assim espaço para uma discussão ainda mais ampla e polêmica, sobre a eutanásia.


Rafael Rodrigues
* Texto inspirado na matéria do jornalista Demétrio Weber, publicada no jornal “O Globo” do dia 11/11/2006

quarta-feira, novembro 22, 2006

E gozava

Saía de casa no horário de rush sempre com as mesmas intenções: pegar uma condução lotada. Depois de ganhar uma indenização milionária da empresa que trabalhava por um acidente de trabalho, pegar ônibus e metrôs lotados para postar-se de frente atrás de mulheres gostosas era sua única diversão.

E gozava. Mesmo tendo perdido o pau no tal acidente.

terça-feira, novembro 14, 2006

O que mais me atrai em você

Ao contrário do que pensam todos, o que mais me atrai em você não é a sua beleza. Ela é apenas um de seus atributos, e eu agradeço a Deus por ter sido escolhido para ter acesso exclusivo a ela.
Você não é alta, muito pelo contrário. E eu prefiro as baixinhas. Nunca escondi isso de ninguém. Seu tamanho sua branca cor da pele seus cabelos negros lisos e longos e seu corpo bem delineado fazem de você a mulher perfeita para mim. Você queria ter olhos verdes, mas o castanho deles é bem mais bonito. E combina mais contigo

Contei pra todo mundo do dia que te conheci. Estávamos numa livraria, na mesma seção. Eu lia a orelha de um livro e perguntava para mim mesmo “será que tem o mais novo dele aqui?”. Ouvi alguém dizendo “tem sim”, mas imaginei ouvir vozes. Foi quando você ficou na ponta dos pés, pegou o livro, e o colocou em minhas mãos. Dizendo “é muito bom”. Eu agradeci, perguntei seu nome, conversamos um pouco. Nada de mais, me lembro muito bem disso.


[Clique para ler o texto na íntegra]

quarta-feira, novembro 08, 2006

Talk to the devil - Parte II

Um pensamento lhe passou pela cabeça e um frio percorreu sua espinha. Quando tentou varrer essa idéia para longe, o homem olhou em sua direção com um sorriso irônico no rosto.