domingo, maio 22, 2005

Apologia à leitura - II

A literatura no Brasil é pouco divulgada. Fazer literatura (e viver dela) no Nordeste então, é uma missão quase impossível.
Fazer e publicar poesia é mais difícil ainda. Conseguir destaque então... Não sei como farei isso, mas começarei a pensar em alguma maneira de ao menos divulgar mais o trabalho de alguns poetas nordestinos. Principalmente baianos, afinal, sempre puxamos a sardinha pro nosso lado. Neste caso, a poesia.
Pra começar, vou dar a vocês a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o poeta cearense Francisco Carvalho. Aos 77 anos, FC é um ilustre desconhecido. Eu não o conhecia até encontrar um link (não lembro onde... mas que tipo de jornalista eu quero ser? que gafe...) para uma entrevista que ele concedeu ao baiano muito porreta que está ajudando - e muito - a divulgar a poesia baiana, José Inácio Vieira de Melo.
O José Inácio "é poeta, autor dos livros Decifração de Abismos (2002) e A Terceira Romaria (no prelo). Organizador de Concerto lírico a quinze vozes – uma coletânea de novos poetas da Bahia (2004) e co-editor da revista Iararana." (como bem diz a mini-bio dele ao fim da entrevista com o Francisco Carvalho no site Cronopios.)
Vamos deixar de lenga-lenga e ir aos finalmente. Dizem que as preliminares são fundamentais, mas nesse caso, agilizemos um pouco. Abaixo deixo para vocês um poema do Francisco (tem mais 2 lá no site) e o link para a entrevista com ele. Só digo uma coisa: VALE A PENA LER. Se não valesse eu não me dava o trabalho de escrever tudo isso. Entrevista com Francisco Carvalho Poema de Francisco Carvalho:


MITO DE SÍSIFO

Não me queixo de Deus.
Sou o que fiz de mim.
As nuvens são negras ou azuis
porque minha ilusão as quis assim.

Não me queixo de Deus.
Seco-me aos ventos do desamparo.
Semeei caminhos e encruzilhadas.
O futuro é uma senda do homem.

Sísifo conduz uma pedra pelos declives do abismo
sem que o céu se importe com isso.
Também nós carregamos uma pedra,
acorrentados à liberdade.

Rafael Rodrigues

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