terça-feira, setembro 13, 2005

Augustus - Parte I

O poema apresentado a seguir é divido em 5 partes e será apresentado até o final da semana. Cada segmento será postado integralmente para todos os leitores acompanharem um a um todos os dias.

I

Olhem só. Vejam que hilário:
Chove nas ruas e só se preocupam em não molhar os pés.
Vejam que alegria retumbante do peito nasce despertada.
Um casal passa pela praça dizendo promessas ridículas.
Eu, no espelho, espero os relógios pararem ao meu redor.
Abri de manhã os jornais e achei meu retrato.
Falado. Fichado. Exposto.
E, vejam que espetáculo único, embora não tenha palavras
quando tento minha compreensão, descobri que os outros
- ah os outros - tiveram tempo para me definir no mundo.
"Oh amigo, tenha cuidado, as vozes não veladas
estão murmurando contra você"
E, se por um lado, me incomoda a pele ao receio, o outro
tão cruel não vê importância alguma.
Pois vão para o inferno sem mim ou me deixem ir sozinho?
Nascerá o dia em que só viverei pela razão. Sou humano.
O que me sobra de tanta onipotência é quebrar dogmas ridículos.
Obra do acaso por minhas próprias palavras que são meu único tesouro.
Me carimbam com palavras rotas só porque tenho a arte que vocês não tem.
E se faço por mim. Deixem-me fazer só por mim e mais nada, pois,
choro, porque incomoda o tempo. Vivo, pelo próprio prazer e canto,
quando quero e posso, pois, até mesmo a solidão tem sua sinfonia.
Triste e dolorosa sinfonia

1 Comentários:

Às 10:44 AM , Anonymous Anônimo disse...

ficou muito bem elaborado, mal posso esperar para ler o resto

 

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