sexta-feira, junho 03, 2005

Uma Noite Vivendo Dentro Do Furacão

(Poemas de uma noite onde a tristeza é a cocaína)


I
Minha vida foi destruida quando a sua foi concertada
Nosso sangue ainda é o mesmo. Somente o meu escorre pela boca.
Meu pecado foi não ter cometido pecado algum
que tivesse razão como seu significado.

II
Alguem por acaso viu minha felicidade em algum canto qualquer?
Recompenso bem quem entrega-la de volta.

III
Você desapareceu e isso me deixa triste.
Agora eu choro por ai pois perdi
a unica coisa que ainda vivia:
O meu outro lado dentro de você...

IV
"Quem é que se encontra aqui dentro de mim?
Quem eu vejo no espelho sou eu mesmo?
Eu mereço tudo que acontece comigo?
A minha alma mudou de endereço..."

V
Eu sinto odio de mim mesmo.
Pra dizer que alguem
sente algo por mim
que seja mais profundo
do que uma moeda de 10 centavos

VI
Dai eu percebi que algumas lágrimas
Caiam do meu olho esquerdo.
Eu não queria chorar. E pensei:
Se eu chorar, resolve?
Era tarde demais. E lagrimas demais.

VII
Estou cansado. Dormir não resolverá.
Tardes vazias são deveras ruins.
Assim como saladas verdes.
Continuo achando que tem gosto de papelão.
Não. Nunca comi.

VIII
Refrões são legais em músicas.
Na vida, são puro tédio.
Tudo se repete. Tudo se repete.
A Vida passa. Passa. Passa.
Tudo se repete. Tudo se repete.
A vida passa. Passa. Passa.
Você morre. Morre. Morre.
E depois alguem escreve a mesma palavra que eu
Só permutando palavras. E tudo.
Novamente se repete.
Odeio o refrão da vida.

IX
Para cada dor da minha vida,
irei fazer um corte físico.
Para depois lembrar através das minhas marcas,
cada vez que minhas lágrimas esquentaram meu espírito.

X
Estou sangrando sem sentir dor.
E não tomei analgésico.

XI
Cocaina ou tristeza?
No fim as duas servem.
Uma é de graça a outra não.
Uma vicia e a outra já está implicita
Nesse troço que é a vida. Fazer o que?

XII
Porque todo mundo fala do incrivel paradoxo
Do palhaço que alegra mas que é triste?
E eu sou o que? O não paradoxo do homem infeliz?
Também quero meus créditos, oras bolas.

XIV
Tudo vai e volta.
Assim a mão que te afaga é a mesma do tapa.
Minha vertente de trabalho costuma ser a tristeza.
Porque eu sempre pego essa primeira premissa
Quando ela já está em uso.
E aqui nessa face, sempre prevalesce o tapa.


XV
Eu queria fazer algo que preste um dia.
Que todo mundo olhasse e dissesse
"Esse me fere profundamente."
Porém, a unica coisa que me fere
É esse dimorfismo inutil que
Estou vivendo agora.
Me tirem daqui. E apaguem as luzes.
O show já terminou.
Thiago Augusto
(02/07/04)

6 Comentários:

Às 2:56 AM , Anonymous Anônimo disse...

A-D-O-R-E-I ! Parabéns !!

 
Às 7:45 AM , Anonymous Anônimo disse...

Thiago, tudo de bom...
Um abraço...

 
Às 10:10 AM , Anonymous Anônimo disse...

Uau...não é o primeiro de seus textos que escreve dando a entender que tudo n passa de uma mentira...porq? Ou eu é q n estou entendendo?

 
Às 10:11 AM , Anonymous Anônimo disse...

ops, esqueci um pedaço, gostei muito.
Eliane

 
Às 2:20 PM , Blogger PR Iuris disse...

Faz tempo que não vejo alguém escrever dessa forma que gosto tanto.
Bjinhos e muito prazer,
Nobre Dama Pam

http://nobredamaemprosaepoesia.weblogger.com.br

 
Às 5:44 PM , Anonymous Anônimo disse...

Vi a sua solicitação, Rafale, para que eu fosse incluído na minha lista de contatos do msn. Honrosamente, aceitei! Um abraço!

 

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial