quarta-feira, agosto 31, 2005

beAtriz - Parte II

Link para a primeira parte

Era um jogo - de tabuleiro e peças - onde nunca tinha conhecido o final. Quem conheceu primeiro foi outro. E ao me dizer que se entregara a um alguém quase desconhecido, só expeliu duas palavras mortas: "Já era".
E a garota que achei que antes só inventava palavras, se tornou uma rainha noturna. Que se entregaria depois a ele novamente.
- Eu gostei da resposta quando ela disse como foi. "Foi muito é bom". Você entende quando digo que as mulheres nascem puras e a consoante R cede lugar ao T? Ela era virgem. Casta. E germinou seu corpo de mulher depois disso. E sabe do que mais? Ela gostou. Ficou mais sexy, não achas?
- Achei, Rubem. Achei. Ceder ou não a esses costumes é o que me basta. Mas ela é uma tentação... Afirmativamente era.
- E o que esperas? Avance. Uive para a lua. "Auuuuu". Continue o que o outro iniciou. Será assim para o resto da vida.
Ela pulara, pau a pau em busca da felicidade passageira do gozo. - Rubem vibrava. Talvez a vida para ele fosse um extremo protesto panfletário. Era um vírus de si mesmo que talvez embora não trouxesse vida a esse mundo ao menos o criticava com afinco.
- Você sabe o que acho sobre o desejo em si. É belo e envergonha até os astros se feito com clareza e não entregues ao carnal como... - E levantava-se de sua cadeira a estender-me a mão
- Lobos no cio?? Sim! Lobos no cio. - Para Rubem a vida, definitivamente, era intensa como um palco.

Ela tinha diferenças. Era uma garota que entendia de coisas diferentes de suas amigas. Mas caia em muitos conceitos comuns. Não me pergunte se o comum é bom e belo, não sei.
De qualquer forma, assim se apaixonou por alguém só por sua beleza. Daí surgiu o amor. Enquanto ela o beijava. Ela desejava mais a mim. Ele era o amor, o sexo ficava por minha conta.
Depois de um tempo ele ficou distante, mudou-se temporariamente, intercambio ou qualquer porra do tipo. O amor talvez permaneceu mais nela do que nele. Sua vida tão vazia tinha encontrado apego naqueles braços e agora a perda seria mortal.

Eles tinham um trato. Se distantes poderiam estar abertos a novas possibilidades. Ela esperou um bom tempo até seu lábio tocar outro. Depois cada vez mais próximas dos homens, abriu espaço para todos os artifícios. Eu, como amante, mas distante de todo fado, notei que um dia ela não mais me pertencia. Seu corpo seria de outro e sem saber, até Rubem já tinha provado.
Beatriz. A linda e bela Beatriz. Seu corpo era seu único presente. Sua nudez inculta, sua majestade. Entregou-se ao prazer sem rodeios e mazelas. Rubem foi mais além.
- Todas mulheres: putas ou filhas da puta. - acendeu um cigarro só para fazer pose blasé.

Thiago Augusto

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