segunda-feira, agosto 29, 2005

beAtriz - Parte I

Muito bem. Vamos começar. Como eu posso explicar para todos de uma forma que seja fácil de entender. Essa arma em minha mão? Esse artifício que criei talvez tenha sido proposital.
- Rubem, não faça isso. Você sabe como desaprovo totalmente.

Beatriz usava seu corpo como forma de se sentir querida. Chegou ao ato somente uma vez. Ainda cheirava como uma virgem, mas seminua descobria-se o labirinto sedutor de seu corpo.
- Não negue. Você a deseja com os olhos cada vez que ela sorri seu sorriso dissimulado e se desfaz das vestes e te mostra seu corpo nu. - Disse Rubem me olhando com sua fúria característica.
- Não nego. Eu estou em um meio entre o certo e o errado. E você me acusa de que?
- De um maldito hipócrita. Você a olha, nua. Vê o dorso nu e sente sua alma ser invadida pelo instinto, no entanto se ela se deita com outro que não você, nasce um motivo para reclamar aos quatro ventos que a santa agora se tornou uma pecadora - E falava como quem declama em um teatro.
- Nunca me deitei com ela. O que fiz no máximo foi vê-la dançar pra mim. Quase nua.
- Desejando-a nas carnes e nos dentes. Só não faz porque não podes. Te digo que é deveras prazeroso. Quer saber o que ela diz enquanto o desejo se consome? Ou ainda espera um dia quebrar essa sua linha de falsa moral e se entregar a ela que quase geme pedindo seu nome?
Me levantei, atônito. Rubem já me irritava a essa hora. Sua fala, o jeito de andar, parece um teatro de horrores - Que merda, corte o drama. Existe alguma vez que não consegue me irritar até esse ponto? - E nessa hora, Rubem se excitava de seu prazer hostil.
- Deixemos algo bem claro. Eu sou você, meu caro. Todas essas desculpas é só para não admitir para si mesmo, que no fim é o mais pobre dos filhas da puta. Que brinca oras com sua moral santa, e oras quase come a garota confusa que não pode ficar em suas mãos...
Beatriz e eu quase formávamos um par de amantes. Não existia amor algum. O que eu sentia era uma inexplicação. Era preocupado com os atos que ela deveria tomar. Mas sempre achei que sou/fui para ela um brinquedo.
Quando era necessário minhas ações, vinha até a mim e me mostrava o caminho de seus prazeres mais profundos. Quando não, nem trocava gestos, olhares e palavras. Uma garota ao mesmo tempo fria e difusa e incendiária quando me convidava para seus jogos.

(Continua...)

Thiago Augusto
(06-08-05)

1 Comentários:

Às 12:24 PM , Blogger contracultura disse...

achei meio confuso, mas curti... fiquei curioso e perdido heuaeuaheu
show
[]'s

 

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial