quinta-feira, outubro 20, 2005

Referendo do Desarmamento??


Domingo dia 23 de Outubro, seremos convocados, assim como nas eleições, a nos dirigirmos às nossas seções eleitorais e usarmos a velha urna eletrônica para fazermos uma escolha, se somos a favor da comercialização de armas no Brasil. Você já decidiu no que vai votar?

Eu sei que é um tema bastante capcioso e muitas “autoridades” em publicações de artigos e veículos de comunicação tem tentado manipular, digo, informar às pessoas o suficiente para que possam tomar uma decisão segura e consciente sabendo todos os prós e contras.

Várias estrelas de pesado calibre, se me permitem o trocadilho infame, têm aparecido nos intervalos de programas de emissoras de canal aberto com um sorriso estampado no rosto e uma camisa branca dizendo sim à paz e sim ao desarmamento. Homens sérios e cultos tais como Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr., o educador D2, jovens escritores como o Felipe Dylon, a extremamente politizada e excelente que é concluinte do ensino fundamental, me escapa seu nome, mas ela apresenta o Caceta & Planeta Urgente. Ou seja, toda uma gama de pessoas carismáticas e tendo em suas cabeças o mesmo conteúdo que os camarões possuem nas suas fazendo apelos emocionais e contribuindo para a manipulação que os as emissoras abertas sempre foram categóricas. No lado do NÃO já temos algumas vinhetas com jovens desconhecidos, isso quando não é uma voz solitária, e as revistas que atendem uma parcela menos, porém mais próxima à cultura, em nossa sociedade.

Não estou querendo dizer que faltam os argumentos dos a favor da proibição do comércio, existem sim de ambos os lados, se são relevantes ou não é o que vamos tratar, mas acima de tudo me chama muito a atenção todo e qualquer movimento em massa dirigido por um grande manipulador de massas(TV) e isso me aguça mais ainda o sentido crítico e as antenas da desconfiança mandam sinais enlouquecidos e perturbadores para minha cabeça. Vamos a algumas argumentações.

“CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.

§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.

§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral(...)”

Esse transcrito acima mostra a grande jogada da campanha do SIM é obscurecer o real papel do referendo que é se vamos continuar ou não comercializando armas e atrelar o SIM ao desarmamento, como se as pessoas fossem obrigadas a entregar suas armas caso o SIM vença, doce engano, apenas ficarão sem acesso às munições, pois essas também serão proibidas de se fabricar.

A maior parte das armas que são usadas em crimes, digo em torno dos 90%, são armas ilegais, ou seja, não registradas e também não vendidas em lojas de armas, ou seja, roubadas da polícia e(ou) exército e(ou) negociada por profissionais corruptos, resumindo, as armas utilizadas em crimes são provenientes do mercado negro.

Ter arma não evita crimes e nem é aconselhável que se reaja a assaltos, seqüestros ou qualquer forma de agressão dessas, afinal de contas, os responsáveis em proteger o cidadão são os órgãos de defesa, polícias civil, militar e federal, para isso servem os nossos caros impostos. Mas o fator psicológico conta muito, é o que mostra a pesquisa exposta na veja onde relata que na Inglaterra, após a proibição, o número de assaltos a casas aumentou significativamente já que os ladrões não temiam mais que pudessem ser surpreendidos por donos de casa armados. Tal como a pena de morte, é uma ilusão achar que ela reduz a criminalidade, ao contrário, tem aumentado nos estados americanos onde vigora.


Continua...
Eduardo Leite

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