quinta-feira, outubro 20, 2005

Sônia - Parte II

Enquanto esperava sua água, entrou um tipo bastante estranho no pub, ele encaixava-se perfeitamente no ambiente se não fosse pelo anel, havia visto um anel daqueles em algum lugar, era muito caro para estar na mão de alguém que pensasse em entrar em tal antro. Ele entrou tentando não ser percebido, e não foi por nenhum dos bêbados, mas sim pela assassina profissional que estava sentada na mesa, debaixo da penumbra que escondia seu corpo bem delineado dos seus treinos diários de artes-marciais, seus ondulados cabelos castanhos e penetrantes olhos negros, penetrantes tanto quanto os de um felino selvagem preparado para o bote.

Sônia tirou sua beretta, de forma sutil e quando ia encaixar o silenciador pensou novamente, guardou ambos e puxou uma faca, seria mais sutil e ele era grande demais para ser tão ágil quanto ela. O homem percebeu-a no ambiente e aproximou-se da mesa com um rosto cerrado e olhar ameaçador, ela, por sua vez, não fez nenhum movimento brusco, apenas preparou a faca que se encontrava debaixo da mesa. Ele fez um gesto como que pedindo para sentar e ela disse: “Desculpe senhor, estou acompanhada!”, “Não pretendo me demorar senhorita Sônia Rodrigues, apenas quero oferecê-la um serviço.”, respondeu o estranho, “Não sei do que o senhor está falando, chamo-me Anna e meu namorado vai chegar em um minuto.” falou com um leve sorriso forçado, “É uma boa atriz srta Rodrigues, mas o seu “namorado” está lá fora conversando com meretrizes e paguei a elas o suficiente para entretê-lo enquanto faço minha proposta a uma das melhores e mais interessantes mercenárias do submundo.” retrucou o homem, também com um sorriso forçado. Ela posicionou-se na cadeira e achou melhor trocar a faca pela pistola, ele sabia demais, resolveu ouvi-lo, mas precavida. “Comece!”.

“Tem um homem, o que você precisa saber sobre ele está aqui.”, e passou uma ficha lacrada por cima da mesa. Ela abriu voltada para o homem, em caso de bomba ele se machucaria feio também, e puxou as fotos e arquivos. Parecia um sujeito comum, mas era o dono de um albergue para estudantes em Londres. Não havia muitos detalhes do porquê de sua morte, mas o dinheiro escrito no arquivo já compensava os detalhes, 50.000 dólares pela sua cabeça, teria 10.000 para gastar em equipamentos e uma viagem de primeira classe para lá, fora o adiantamento de 25.000 que ele pegaria no carro, caso ela desejasse aceitar.


Continua...
Eduardo Leite

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