sexta-feira, dezembro 30, 2005

2003-04 (Uma crônica levemente inspirada sobre o Ano Novo)

Faltam menos de 3 horas para os fogos iluminarem a escuridão do novo dia. Mais um ano efêmero passa em nossas vidas, mais um ano quase perdido na mediocridade.
A hora é agora, de pegar sua taça de vinho, champanhe e se preparar para o velho ritual. O ritual falso e dissimulado do nascimento do novo ano.
A esperança conduz essa música, fé por dias melhores. O mundo absolve seus pecados e aguarda um novo sol, uma nova equação para verem seus problemas serem resolvidos. Suas vidas se tornarem felizes.
O ano muda. Você não. Há um ano atrás prometi para mim mesmo que faria tudo diferente. Me vendo agora, percebo que não mudei nem a desconfortável posição que sento, que prejudicará em um breve futuro minha coluna.
Vivendo cada misero dia com seus pequenos defeitos: A dormida a mais que você disse que não daria, o cuidado com sua casa que você não fez, o amor que quis amar que você não amou, a árvore que iria plantar em seu jardim que nem existe.
É quando você vê que um mês se passou e nada foi feito. É quando você sente que todos os dias são viciados, e não há dias exatos para mudanças. Elas precisam se encaixar no meio da sua rotina. Mas você já se complicou demais e esqueceu de coloca-la em sua agenda. Mas um ano se passa e nada mudou.
E quando a ultima noite de dezembro agoniza à alguns minutos do novo ano. A espera de dias melhores é explicita no coração. Uma alegria falsamente esperançosa preenche o coração daqueles que quase de nada vivem.
Como se dessa vez, o ano, que não trouxe nada em mudanças passadas, trará agora. Os olhares e as pessoas começam a brilhar, mas logo se apagam na primeira semana do ano que chegou. A esperança cessa como uma criança que cansa logo de seu novo brinquedo.
Se apegam em mudanças tão pequenas e esquecem que são inevitáveis. Não são nelas que devemos nos segurar. E sim em cada pessoa, perdoem o clichê, que fazem com que nossos dias sempre se tornem novos, mesmo que estejam monótonos, chatos, péssimos. São elas que nos farão diferente, e não um velho calendário frio que só nos envelhece.
Pro ano que vem eu quero meus amigos muito mais próximos de mim, não quero falsas esperanças, quero ver minha família diferente, torço para que certas pessoas não se percam, quero conhecer novas pessoas mas que seja para ser verdadeiro, quero continuar a sonhar.
Os amigos que me perdoem o clichê, mas nunca me senti tão esperançoso. E a culpa não é do ano que está vindo e sim de quem...

Thiago Augusto
(escrito horas antes da
passagem de 2003 para 2004)


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