quarta-feira, dezembro 21, 2005

Castelo

* Postado originalmente em 15 de fevereiro de 2005

Quem começou com o primeiro tijolo? Quem disse não a todas as notas e esqueceu do trivial? As rosas do seu jardim têm mais perfume porque são do seu jardim?

Quem içou a ponte para ninguém entrar? E se negou a ver todo mal? Já que a maldade, a dor, a tristeza, a vida, as flores, não tem mais importância nesse castelo que você construiu...

Quem colocou os guardas na torre? Para matar quem chegasse perto.
- Pois em meu castelo ninguém vai entrar, construído com toda minha paixão. De meia volta, não quero resposta, que no meu castelo eu sou a luz, viu?

O sol ainda brilha toda manhã? Ou também acha que nisso pode mandar? Em sua alegria não pode perceber, o tanto, tal mal, que o castelo lhe faz. Lá fora o dia ainda pode brilhar.

- Mas o castelo brilha tão mais, viu?

Depois não diga que tudo que é seu morreu aqui, e não há mais o que guardar, e não vá esquecer que eu te avisei que esse castelo só te prendeu.
E o que antes vivo, hoje se perdeu, e do lado de fora, mais um dia nasceu...

- Fique, então, com seu castelo. Do lado de dentro, livre não está. De onde estou, só há liberdade. E não há construção que me cegue não, viu?

Thiago Augusto
(15/02/2005)

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