sábado, dezembro 17, 2005

Seria vergonhoso, se não fosse engraçado (na verdade, foi vergonhoso mesmo) - Parte Final

Todos estavam do lado de fora, para assistir aquele show. O aniversariante já estava em cima da caminhonete dançando com a stripper, o pai dele olhando tudo empolgadíssimo, o DJ da festa também conosco. Como tudo que é bom dura pouco, aparece a mãe do nosso colega acabando com a alegria de todos. O pai dele, que de bobo não tem nada, logo que viu a esposa, engrossou a voz e disse em alto e bom som: "ei rapaz, acabou a brincadeira".

Se o problema fosse somente isso, seria uma maravilha. Agora entra o pai da garota, citado dois parágrafos antes. Ele foi buscá-la e acabou vendo tudo. É claro, pensou que nosso amigo estava envolvido na brincadeira e quase o namoro dos dois vai por água abaixo por conta disso.

Começaram as discussões. Ele, irritadíssimo com a pagação que levara do recém-sogro, queria descontar sua raiva em todos. Exceto em mim, que sou muito amigo dele até hoje e tentava lhe acalmar. Briga de lá, briga de cá, um outro amigo que até então eu não citei que por sinal faz aniversário no mesmo dia que eu, e às vezes é um chorão, justamente como eu, caiu em prantos.

Eu também, claro.

Estávamos todos bêbados, e o choro serviu para que houvesse uma reconciliação geral. Depois das declarações de amor - sim, um dizendo que amava o outro, depois de uma discussão sem precedentes em toda a história da humanidade - fomos todos em busca de mais cervejas, direto da fonta, o freezer. Mas elas haviam acabado.

Foi um tal de jogar gelo em outro e querer jogar fulano, sicrano e eu, dentro do freezer que não está no gibi.

Depois de esfriarmos as cabeças, fomos para a boate. Eis que agora vem o vergonhoso.

Eu estava sob efeito de cerveja e uísque, em percentagens que até então não havia conhecido. Tentava dançar alguma coisa, não lembro o quê. A única coisa que lembro foi de quando embolei uma perna na outra e saí capengando do meio da boate até o canto em que estava o som do DJ.

Derrubou o som. A boate parou. O povo calou.

Vieram, preocupados, me socorrer. Mas estava tudo bem, o problema era o som. Arrumamos tudo de novo, e demos prosseguimento à festa. Voltei a dançar, com mais cuidado dessa vez. Não falávamos mais em nada, a não ser em como eu consegui fazer aquilo.

Até hoje, quando nos reunimos pra conversar, rimos muito, tentando entender minha proeza. Do resto, esquecemos.


Rafael Rodrigues

2 Comentários:

Às 10:15 AM , Anonymous Anônimo disse...

Bobagem em dose tripla! Ninguem merece!

 
Às 8:56 PM , Blogger 3 Vozes disse...

Não podemos fazer nada, a não ser lamentar. Mas diga-nos quem és e o que não gostou no nosso blog. Quem sabe possamos corrigir algumas falhas. Abraço!

 

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