sexta-feira, março 18, 2005

Existo

Existo, logo sou
Sou, não necessariamente existo
Um cão pode ser, mas existe se eu o perceber
Eu me reconheço, e a imagem no espelho
Sei que é minha, apesar de às vezes indagar
Onde vim chegar, será que sou tudo que sempre quis?
Ou será que sou projeto de alguém?
Escrevo, pois existo, assim sou
Muita gente é, mas nem existe
Reflito no meu passado, mas prefiro viver no presente
Tenho projeções do futuro, planos e aspirações
"Com tudo", tudo muda
E os desejos de ontem parecem frustrados hoje
Na ótica do ontem, porém na do hoje
Vejo evolução, um salto do meio da escuridão
Vejo que como na história também amadureço
Saio da Idade Média e Renasço
E agora considero tudo que faço, uma obra inacabada
Que o esboço contemplo, mas que não pretendo deixar pela metade
Apesar das outras idéias que surgem e empolgam
Prefiro anotar no rascunho e tomar um suco de limão
Esquecer o estresse e continuar na contramão
Será megalomania ou complexo de não mediocridade?
Muito tempo não consigo conviver com a falsidade
Promessas falsas e palavras quebradas
Sou o que sou, não o que dizem
Às vezes não sei quem sou, só sei que existo
Num mundo de seres e poucos existentes
Não pretendo ser maior, devido a um presente
Sinto-me, ao contrário, um ser sobrevivente
Sem casa para retornar, filhos para brincar
Amor para amar, sexo para amar
Ao invés do ressentimento, escolho a militância
E entre a existência e a insignificância
Dou um salto, fujo e triunfo sobre a minha ânsia.

Eduardo Leite

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