quarta-feira, março 30, 2005

Revolução, não!

Vejo muita gente dizer que estamos vivendo um período de estagnação cultural em nosso país. Dizem que não há nada de novo na televisão e no cinema nem na música e na literatura.
Pois particularmente, identifico o contrário. Posso me arriscar ao dizer que não está havendo nem vai haver - ao menos não nos próximos cinco ou dez anos - uma revolução cultural no Brasil, mas não tenho medo de estar certo.
Ultimamente temos visto aparecer tanta coisa boa... Não importa se são apenas variações de um mesmo tema. O novo se valendo do velho. Ou se são os velhos fazendo o que sempre fizeram.
Cinema e tevê, por exemplo. Nada revolucionário, os medalhões estão aí e não preciso citá-los. Mas surgiram boas surpresas. Querem que eu cite uma? Selton Melo. Talvez o melhor ator brasileiro da atualidade. Tem também o Matheus Nachtergale, Wagner Moura, Lázaro Ramos... Eles já não são mais promessas.
A banda Cordel do Fogo Encantado é uma das coisas mais belas que surgiram no mundo da música nos últimos anos. E pouca gente conhece. Preciso falar do Los Hermanos? Maria Rita? Gram? Tom Bloch?
E na literatura então? É escritor que não acaba mais. E até eu querendo entrar no bolo. E só tem gente de primeira: o pessoal do Paralelos na ativa, Pessoas do Século Passado na área, comunidade dos Insanus, a galera do Gardenal também, e tantos outros: João Paulo Cuenca, Daniel Pellizzari e os caras da Livros do Mal, Marcelino Freire, João Filho, enfim, só para citar alguns.
(Fosse eu citar todos os que merecem ser citados, não terminaria hoje esse texto.)
Para se ter qualidade não é necessário nadar contra a maré. Não precisamos de uma revolução. Precisamos é espalhar, divulgar as coisas novas e boas que estão surgindo. Tudo fica muito restrito. É a velha história de que nosso país precisa urgentemente de uma (grande) reforma - e de uma (grande) melhora - na educação. Infelizmente, o governo é que é responsável por isso.
Não precisamos de uma outra Semana de 22. Nem de outro Machado, outro Drummond, outra Clarice, outro Jobim.
É o nosso tempo, é a nossa hora.
Esqueçamos o passado.
Reguemos o presente.
De olho no futuro.
Avanti!
Rafael Rodrigues

3 Comentários:

Às 12:44 PM , Blogger barbao disse...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

 
Às 12:46 PM , Anonymous Anônimo disse...

Rafael, gostaria de ter o seu otimismo. Não tenho e não gosto nem da metade do que você nomeou. Mas, tá valendo, posso estar errado.
Quanto à sua editora, boa sorte. Eu já estou quase desistindo da minha. Se estiver interessado posso mandar uns contos via e-mail para você avaliar

 
Às 4:24 PM , Blogger Rafael Reinehr disse...

Concordo com você! Essa história de estagnação cultural é baboseira. Onde você ouviu falar isso?

Nunca vi tantas novidades pipocando nas mais diversas áreas culturais, como você mesmo citaste.

Não acredito naqueles que dizem que NADA NOVO está sendo criado. Não se pode confundir a utilização de linguagens já criadas como cópia ou remake de algo que já passou. Seria como dizer que não se pode fazer literatura utilizando palavras que já foram escritas.

Bullshit!

Grande abraço e sorte com sua nova editora!

 

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