Vale a pena ouvir de novo
Vale a pena ouvir de novo
Foram dias difíceis para aquele jovem. Acordava cedo, ia para o colégio. Cumprimentava a todos, e por todos era querido. Ficava a conversar com os amigos sobre assuntos banais: a festa do sábado à noite que ele não foi, o jogo do time do coração no domingo - todos foram assistir num bar, menos ele.
A aula começou, mas ele não estava na sala. Sua presença era apenas física: seus pensamentos estavam muito além dali. Se olharmos a caderneta do professor, veremos que há uma falta naquele dia. Estava tão aéreo que não respondeu a chamada. Quando o avisaram, o professor já havia marcado, e ele não iria voltar atrás.
Alegou dor de cabeça no intervalo; na verdade, queria ficar só. Deitou-se num dos bancos que havia no colégio e ficou a olhar o céu, ou o nada. Findo o intervalo, voltou à sala, para mais uma vez estar parcialmente presente.
Terminada a aula, voltou para casa andando, pensando - meio sem saber no que pensar. Perguntou pelo almoço. Perguntaram como havia sido a aula.
- Foi boa, disse.
Fez sua refeição e foi para o quarto. Deitou-se, olhou para o teto branco e novamente pôs-se a pensar. Em algo, em nada, em sabe-se lá o que. De tanto pensar - ou não - adormeceu.
Acordou no início da noite. Assistiu o jornal, e foi jantar. Sozinho. Os outros já estavam se preparando para dormir. Ligou o som. No rádio, aquelas músicas que sempre nos lembram alguém. Deitou-se no sofá, e ficou lembrando.
Alguns anos se passaram...
Hoje, no horário do jantar, ele ligou o som - como de costume. Sozinho, dessa vez totalmente sozinho, pois apenas ele morava ali, ouviu o locutor da rádio anunciar o programa: “Vale a pena ouvir de novo”.
Foram dias difíceis para aquele jovem. Acordava cedo, ia para o colégio. Cumprimentava a todos, e por todos era querido. Ficava a conversar com os amigos sobre assuntos banais: a festa do sábado à noite que ele não foi, o jogo do time do coração no domingo - todos foram assistir num bar, menos ele.
A aula começou, mas ele não estava na sala. Sua presença era apenas física: seus pensamentos estavam muito além dali. Se olharmos a caderneta do professor, veremos que há uma falta naquele dia. Estava tão aéreo que não respondeu a chamada. Quando o avisaram, o professor já havia marcado, e ele não iria voltar atrás.
Alegou dor de cabeça no intervalo; na verdade, queria ficar só. Deitou-se num dos bancos que havia no colégio e ficou a olhar o céu, ou o nada. Findo o intervalo, voltou à sala, para mais uma vez estar parcialmente presente.
Terminada a aula, voltou para casa andando, pensando - meio sem saber no que pensar. Perguntou pelo almoço. Perguntaram como havia sido a aula.
- Foi boa, disse.
Fez sua refeição e foi para o quarto. Deitou-se, olhou para o teto branco e novamente pôs-se a pensar. Em algo, em nada, em sabe-se lá o que. De tanto pensar - ou não - adormeceu.
Acordou no início da noite. Assistiu o jornal, e foi jantar. Sozinho. Os outros já estavam se preparando para dormir. Ligou o som. No rádio, aquelas músicas que sempre nos lembram alguém. Deitou-se no sofá, e ficou lembrando.
Alguns anos se passaram...
Hoje, no horário do jantar, ele ligou o som - como de costume. Sozinho, dessa vez totalmente sozinho, pois apenas ele morava ali, ouviu o locutor da rádio anunciar o programa: “Vale a pena ouvir de novo”.
Rafael Rodrigues
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