quarta-feira, agosto 10, 2005

O Que Fomos Nós

Fez do imã uma lágrima atraída pela dor
de um amor que bebeu do lapso a sobrevivência
Inculto, imperfeito somando os belos erros
que sentiu a pena da dor do que do florescer.

Da tênue visão entre o sonho e o parecer
dissipado não pelas palavras, mas pelo cessar
das letras que nasceram nas mãos e morreram
no seu olhar sem caminhar, sem porque, sem razão.

De um simples afeto, tão único, que veio enfeitar
a casa singela e sem luxo chamada de "nosso lar"
viva de trôpegos, sussurros, calma e construção
queimada pelo incêndio que agora a deformou.

Aconteceu uma história tão bela e singular
onde cessaram as sílabas e seus pensamentos.
Nasceram perguntas que morreram como os barcos
naufragados pela solidão distante de tanto a/mar.

Na sepultura, na galeria, havia flores, havia vida.
Borboletas vestidas de bela inocência sepultavam-se
sem saber que o que fomos nós estava nos restos ao chão
Um amor inculto. Tão nobre. Morto. Pelas mãos de seus algozes.

Thiago Augusto
(30-07-05)

2 Comentários:

Às 2:44 AM , Anonymous Anônimo disse...

Que é o que geralmente acontece. Difícil é não deixar ele morrer. Mas estou descobrindo essa ciência...

 
Às 9:02 PM , Anonymous Anônimo disse...

Dexar morrer??? Uma opção???

 

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