sexta-feira, setembro 16, 2005

Augustus - Parte V

Leia: Augustus - I , II , III , IV

V

Já fui mais belo, mais mesquinho, vil, e mentiroso.
Hoje me falta tudo para voltar a sê-lo.
Me falta a forca motriz das emoções.
Estou frio dos sentimentos que não Amor.
Mas ainda minha vontade pela vida permanece.
Minha composição me soa tão mentirosa.
Escrevo quase sem catarse, pois, para chorar nesse papel
Me falta um impulso humano. (Que sinto) morto em mim.
E se pudesse traria dos mortos essa reação.
Faria com todo meu gosto. Mas falta-me uma pílula de humanidade
Que não sei se consigo digerir. Sempre fui fechado e quase repugnava
a Humanidade. Mas ao dar uma chance, derrubar Minha fortaleza,
quase nunca recebi benefícios duráveis.
E agora nesse turbilhão quero fechar a porta Invisível.
Desde que a destranquei me sinto afônico e desesperado.
Algo que devo regurgitar em breve.
E enquanto chove e me molha eu vejo lá fora, passeando, a luz do sol.
Eu calo. Fecho os olhos para perder a imagem.
Penso na vida de meus antepassados e quase afirmo
Que suas dores passaram para mim.
Mas enquanto o tempo ri da minha cara, ninguém me conduz com simpatia.
As vezes, dias de exceção, encontro sorrisos sem nunca saber os lábios.
A vida me traz sabor e asco, e eu sem perceber permaneço na mesma sina.
- Sem voz, cansado, confuso na tempestade.
Caminhando pelas ultimas ruas iluminadas.
Trago nas palavras minha faca de corte.
No coração uma disritmia espontânea.
Os pés me doem pelos espinhos
E as mãos permanecem nos bolsos.
Aflitas. Atônicas. Esperando palavras. Apenas.

Thiago Augusto

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