quinta-feira, outubro 27, 2005

Artigo Indefinido - Parte I de II

Um ponto em branco. Um sorriso agonizante em uma abóbora que até o final da noite das bruxas virará pó.
Luzes incandescentes. Um homem está parado a beira de nada achando que deveria ter feito tudo melhor para sua própria vida. Esse homem sou eu.

Eu deveria saber o que fazer com minha própria vida, olhar nos olhos, saber a melodia certa das canções que quero compor. Perceber quais palavras servem para aproximação e quais palavras são fobia. Mas os senhores iram me dizer que na margem de todas passarelas o que vivemos são vícios.

Minhas mãos cobrem minha cabeça. Meus olhos talvez queiram expelir lágrimas. Batem-se estacas e perguntas dentro de mim. Palavras que não sei responder. Estou a contemplar o abismo, ele me contempla de volta mas não me diz nada. Querem saber qual foi a última vez que eu tinha certeza de tudo que eu fazia? Qual foi a última vez que eu disse sim?

As memórias são curtas quando você não lembra se, mais esteve na estação vendo os trens passarem, ou se estava sempre dentro deles partindo para lugar algum. Quem fui eu? Será que vivi em outro momento sendo o operador desse trem? Sempre andando pelo mesmo caminho todos os dias. Inutilmente andando pela mesma estrada?

Deveria saber o que fazer. Entender o caminho das horas. O passado do vento. Deveria ser mais centrado e não viver me remoendo.

Tempo.


Thiago Augusto

2 Comentários:

Às 3:30 PM , Anonymous Anônimo disse...

Tanto tempo que não "passo" por aqui, vejo que perdi muita coisa os textos estão otimos. Gostei Thiago.

 
Às 8:44 PM , Anonymous Anônimo disse...

Humm... senhora confusão inside you, né?

Verdadeira crise existencial...
Relaxa q um dia isso passa...

Bjão e volte logo q vc faz falta...

KEL

 

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