quinta-feira, novembro 03, 2005

Pelas Aquarelas

Descolorirá.... uma folha qualquer, que já fora
pintada com lápis amarelo desenhando um lindo sol.

Descolorirá.... um simples castelo,
traçado com cinco ou seis retas.

Descolorirá.... o guarda chuva de dois riscos,
que nos protege das gotas que caem sem explicação.

Descolorirá.... pingos de tinta que mergulham,
como gaivotas, a voar no imenso céu azul.

Descolorirá.... qualquer barco branco a vela,
a navegar por toda imensidão azul do mar.

Descolorirá.... as nuvens de algodão, e não existirá
nenhum avião rosa e grená há sorrir entre elas.

Descolorirá.... una folha qualquer, em qualquer porto
onde já houve um navio de partida.

Descolorirá.... os amigos, juntos e contentes,
celebrando a felicidade de bem com a vida.

Descolorirá.... a terra das américas, que ainda
é possível atravessar em apenas um segundo.

Descolorirá.... o circulo do compasso, girando,
e fazendo num simples passo: o mundo.

Descolorirá.... o ingênuo menino caminhando até chegar ao muro,
sem saber que lá está o futuro.

Descolorirá.... esse futuro astronave, que nós,
tolos, tentaremos pilotar.

Descolorirá.... nossa estrada escura que virá,
que não nos cabe conhecer ou ver.

Descolorirá.... o fim dessa mesma estrada,
onde nem sabemos aonde, e se, ela irá em algum lugar.

Descolorirá.... a estreita e linda passarela, das palavras
dessa aquarela que, um dia, descolorirá.

Thiago Augusto
(23-10-05)

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