quarta-feira, novembro 09, 2005

Sônia - Parte III



Quando olhou para o seu anel, ele falou: “São motivos religiosos sim, deve ter percebido que sou...” “Da Maçonaria!”, exclamou antes que ele completasse a frase, “Não me importo com o motivo, ser atéia facilita as coisas, se quer uma bala na cabeça dele, você terá, aceito!” e os dois dirigiram-se para o beco ao lado, onde um “drogado” aguardava com uma mala com seu adiantamento de 25.000. Estava pronta para voar para Londres.

Antes de se dirigir para sua pousada, puxou seu o José, seu informante, pelo punho que fora torcido e enquanto ele não sabia ao certo se iria se despedir da prostituta ou se choramingava para que a Sônia soltasse seu braço, foi quando ela esbravejou: “Seu inútil! Consegui um trabalho e sem porcentagens pra você dessa vez. Preste atenção às fotos que tirei desse cara e me procure uma ficha completa, da cueca que ele usa até com quem a mãe dele dormia quando antes de sair com o pai dele” e entregou a ele sua micro-câmera que estava localizada no decote da blusa, quase coberta pelo casaco.

Às 12:45 do dia posterior, ela tomou seu vôo para Londres, “Não é que o filho da puta pagou 1ª classe mesmo. Vou aproveitar um pouco.” e assim deitou sua poltrona de primeira classe e tomou o vinho servido pelo comissário de bordo que não se continha em olhá-la de cima a baixo, cochilou e acordou quando sentiu turbulências, assim abriu a ficha de sua próxima vítima e leu cautelosamente.

Pelas fotos ele parecia ser um homem comum, quarentão, com sua barriga pós-casamento levemente avolumada, poucos cabelos cobrindo sua cabeça, óculos quadrados, pose de sério e o que mais destoava no conjunto era sua grande e descuidada barba, muito comum nos seus autores prediletos e por mais estranho que parecesse, Sônia lia artigos científicos gerais, psicologia, tecnologia, artes, nada em especial, apenas gostava de ter algo mais pra conversar e assim enganar melhor quem precisasse. E não é que o homem era mesmo um professor? Arqueólogo especializado em seitas e rituais antigos, mestre em hebraico, aramaico, grego e latim, o homem era um verdadeiro dicionário de línguas capengas, agonizantes e mortas. Qual seria o interesse nele?


Desculpando a ausência, culpa de trabalhos e provas, estou de volta a todo vapor, novamente ;)~ Continua...

Eduardo Leite

1 Comentários:

Às 10:49 AM , Anonymous Anônimo disse...

E, a todo vapor, vou esperando a história continuar.

 

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