segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Exasperação Inócua

Amigos, muitas vezes o seio de nossa própria família nos desaponta de maneiras surpreendentes. Estou sozinho agora. E meus sofismas e deduções são apenas o que me restam.

Somos uma família. Mas o que fazer quando somos privados de nossos próprios direitos de liberdade e tomam de nós aqui em nossa própria casa nossa fortuna e nossos desejos? O que fazer quando ninguém não faz nada?

Chega de lirismo. Há um ladrão entre nós. Se isso é um sofisma, como explicar as notas sumidas, a comida pega sem permissão e os valores que foram pegos escondidos e devolvidos em surdina nesta segunda-feira?

Isso não é uma história de ficção. Há um ladrão em meu lar. E a família estúpida quer esperar e ver o que acontece.

Quem é o ladrão? Se a única pessoa nova aqui é a nova contratada de um mês atrás? Façam suas deduções. O que me restou agora nessa história foi só a poética.

Há um inimigo entre nós,
que por mais que eu grite
não poderá ser silenciado.

Onde estou não há razão,
só conforto e estupidez
e não serei ouvido.

Em minhas palavras,
o necessário está contido.
Mas minha voz é nada.

Esperarão que ele mate nossas crianças,
estuprem nossas mulheres,
dilacerem nossos homens,
para finalmente perceberem.

Que temos aqui um inimigo
que antes neutro, agora mau.
Um ladrão que rouba nosso pão,
e ainda ganha felicitações.

Onde estou não há razão.
E meu grito lacrimoso
é inútil e em vão.

Os reis que aqui dominam,
já não possuem sanidade.

Há um inimigo entre nós,
e somente o que posso fazer,
é derramar tamanhas lágrimas
pela maldita hipocrisia.

Thiago Augusto

O Poeta Está Vivo

"Para que ser ordinário se podemos ser extra?"

Lord Bernault

Amor Em Tempos Verbais

FUTURO
- Oi, tudo bem? Como vai você?

PRESENTE
- Hum, eu sei, eu te amo. Muito.

PRETÉRITO
- Some daqui, filha da p...

PRETÉRITO IMPERFEITO
- Por isso?? Ela me trocou por isso?

PRETÉRITO MAIS QUE PERFEITO
- Foi ela que ficou sem mim, afinal, nunca ninguem gostará dela como eu gostei...

Thiago Augusto

Homenagem a Fernando Sabino

Feira de Santana, BA 28/01/2003


Fernando,

Passei dias pensando em como iniciar esta carta. É de extrema audácia escrevê-lo, pela pessoa que é e pelo que representa para a nossa literatura. E é no mínimo ambicioso esperar uma resposta. Sendo assim admito: sou audacioso e ambicioso. Fico feliz em ver estas linhas escritas, e melhor, as palavras fluindo naturalmente.
Acho que fiquei inspirado ao iniciar a leitura de "Cartas a um jovem escritor", no volume três de sua "Obra Reunida", o qual tomei emprestado da biblioteca da faculdade. Isso me faz lembrar um detalhe: ainda não me apresentei.
Meu nome é Rafael, tenho 19 anos e estou cursando Licenciatura em Letras Vernáculas na Universidade Estadual de Feira de Santana. Para lhe ser sincero, não me recordo do primeiro contato com alguma obra sua. Quero dizer, a forma como se deu esse contato. A obra me lembro muito bem: "A volta por cima", que rapidamente li, em uma tarde. Gosto muito de crônicas, ainda mais quando elas passam uma mensagem positiva e são bem-humoradas, como as suas. A partir de então, tenho lido livros seus um atrás do outro. Os romances "O menino no espelho", "O grande mentecapto" e "O encontro marcado". Algumas novelas suas (6 delas), e vários livros de crônicas e histórias (7 por enquanto). E ainda vem mais por aí. Definitivamente, tornei-me seu fã.
O senhor deve estar se perguntando: "o que é que esse cara está querendo?" Bem, talvez não esteja, mas mesmo assim, responderei a pergunta acima.
Em primeiro lugar, escrevo com a intenção de demonstrar minha profunda admiração pela sua obra e pela sua pessoa. Tenho aprendido bastante com seus textos. Percebi afinal que no fim dá certo. Se não deu, é porque não chegou ao fim. Também escrevo com a intenção de ter notícias suas, afinal, escritores no Brasil não costumam ser alvo de curiosidade e pouco dão as caras na mídia. Espero que esteja tudo bem com o senhor.

Lendo seus livros e suas crônicas é impossível não sentir uma saudade estranha da sua juventude. Uma juventude que eu gostaria de ter vivido. Seus textos me emocionam muito.
Sinto-me envergonhado em dizer que ainda estou conhecendo alguns autores fundamentais para qualquer homem de letras. Gosto muito de Carlos Heitor Cony, Luiz Fernando Veríssimo (pretendo em breve ler alguma (s) obra (s) do Érico), estou começando a ler Drummond e Machado de Assis, entre outros. Estou lendo também "O processo" de Franz Kafka (comprei de R$ 4,50 no Bom Preço, negócio da China).
Escrevo, grande parte crônicas, poemas (alguns) e me arrisco nos contos também. Na verdade, estou engatinhando. Mas há hoje a falta de alguém para trocar idéias, conversar sobre literatura, trocar experiências. Acredito que haja em mim um escritor que necessita ser acordado, antes que seja tarde demais. Talvez o que me falte seja leitura, visto que no ginásio, desprezei a literatura, e agora quero correr atrás do tempo perdido, temo que seja tarde. Espero que não, a esperança é a última que morre. Além do mais, no fim dá certo.

Estou no segundo semestre do meu curso. Em minha sala não existe sequer uma boa alma voltada para a produção de texto. Para não ser radical, existem dois além de mim. Mas não sei o que acontece, não conseguimos conversar sobre o ato de escrever. Tentarei fazer isso por esses dias. Nossos estilos são bastante diferentes. Eu sou mais chegado em crônicas, o outro é fanático por Jorge Amado, e o terceiro, é na verdade um filósofo. Só ele não admite. O interessante lá, é que poucos realmente querem se formar em Letras. Eu mesmo, tenho vontade de seguir carreira jornalística, e espero poder me especializar ao fim do meu curso.

Ao ler algumas obras suas, pude sentir a atmosfera dos lugares por onde viveu. Meu reino por três amigos boêmios, amantes da literatura e uma praça como a de Minas. Ou um calçadão como os do Rio de Janeiro, onde cada dia surge uma nova história para contar. Em minha cidade, nada acontece. Não há um ponto de encontro onde os intelectuais se reúnam. Na verdade, desconfio que ainda hajam intelectuais do calibre do senhor e dos seus amigos, em qualquer lugar do Brasil. É uma cidade completamente parada. Costumo passar minhas tardes recluso em meu quarto, ouvindo música, tocando, lendo ou dormindo. Fim de semana é pavoroso. Absolutamente nada pra se fazer. Entre shopping e barzinho, prefiro o conforto de minha cama, ou a cara no computador, navegando na web. Vez ou outra consigo reunir alguns amigos para sair por aí. Nos divertimos e tudo mais, mas depois me sinto vazio, como se tivesse perdido meu tempo. Bem não vou continuar me lamentando.
Aqui inicio minha despedida. Mando-lhe através desta um forte abraço, desejando-lhe tudo de bom. Espero que o escritor que há dentro de mim acorde o quanto antes.

De propósito deixei esta pergunta por último: posso lhe enviar alguns textos meus para uma análise sua? Gostaria de saber se vale a pena investir na escrita, e nada melhor que uma opinião sua. Desde já agradeço sua atenção.


Um forte abraço,

Rafael Sousa Rodrigues
rafaelvox@bol.com.br

domingo, fevereiro 27, 2005

Big Brother

Você é um daqueles que registram fatos de sua vida no mundo da internet? Talvez criou um blog pra contar que você se sentiu péssimo quando a namorada o traiu e fez aquele site para contar todos os podres dela e depois de alguns meses se sentiu pior ainda por ter feito isso e resolveu sumir com seu blog?

Ou talvez você criou um site, contando todas suas pirações, e ficou com medo quando sua mãe disse que pegou o endereço dele. Pois ela nunca poderia saber que você já fumou maconha com a cabeça em um balde pra dar mais prazer. E depois disso, resolveu sumir com todos os seus textos sobre esse ato?

Afinal, você acha mesmo que o que você escreveu sumiu e nunca mais voltará? Será?

Talvez seu grau de informação não esteja tão completo. Sites de buscas como o famoso Google, criam um cache de todas as paginas que passam pelo seu sistema de navegação. Sendo assim, você pode acessar o histórico de algum site mesmo com ele fora do ar.

Pra quem pensava que confissôes anonimas, ou quase, seriam possiveis com a internet. Se enganam. Porque, talvez, o que foi escrito nunca mais possa ser deletado.

Cuidado com você. Pois ele te observa. Com unhas e dentes. E assim como em filmes policiais, tudo que você disser pode ser usado contra você...

E ainda pensam que é só na Globo que a gente pode dar uma "espiadinha básica".

Thiago Augusto

Para ler ouvindo: Cuidado Com Você, Titãs (Estão olhando pra você / Estão falando de você / A chuva é pra molhar você / A reza é pra salvar você / Cachorros latem pra você / Estão pensando em você / Cuidado com você / Cuidado! / Cuidado! / Com você / Quem tem dinheiro te roubou / Quem tem amante te traiu / Se alguém partiu te abandonou / Se ela é puta, te pariu / Se não tem pai o filho é seu / Se alguém morreu a culpa é sua / O prazer é todo seu / Se você entra a casa é sua / Cuidado! / Cuidado! /Com você!)

Mágoas passadas

O pior tipo de pranto é aquele que não é derramado. As conseqüências que um choro não chorado trazem podem ser insignificantes, mas podem também ser marcantes. A mágoa ou o rancor fazem parte dessas últimas. Muita gente se vangloria espalhando aos quatro cantos que não é rancoroso, que não é de guardar mágoa. Pois desafio qualquer um a provar que não tem mágoa de nada nem de ninguém. Se conseguir passar por esse desafio, sinto informar que tal pessoa é portadora de um grande defeito. Dois, aliás: o de não ser sincero e o de não conhecer a si mesmo.
Voltando ao assunto do choro. Quando mais novo, tenho de admitir, era propenso a derramar lágrimas por bobagens. Muito mais por sentimentalismo exagerado. A dor física nunca me trouxe grandes problemas. À medida que vamos crescendo vamos aprendendo a suportar. O que realmente incomoda são as dores na alma e no coração. Apesar de ter larga experiência no assunto, e de ter levado muitas pancadas, ainda não aprendi a lidar com esse tipo de dor. Hoje sou mais frio que antigamente, mas não o bastante. Gostaria de ter o coração duro como uma rocha, e a alma fria como os ventos do Alasca.
No momento, estou com um nó preso na garganta. Engulo seco e sigo meu caminho. É mais uma mágoa na vida, é mais uma vez a alma ferida. Mas esse pranto eu não vou chorar, vou guardá-lo. Ele vai me servir de algo, algum dia. O troco está por vir, não perdem por esperar. Minha língua também sabe ferir, e fazer chorar.
Rafael Rodrigues
* Texto escrito há milhares de anos atrás...

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Eu também

Ora, eu sei o que você está pensando.
De quantos nomes você me xingou em sua mente? Só porque não pude lhe atender da maneira que você queria. Só porque não fiz o que você quis.
Baby, o mundo é assim. "Nem tudo que a gente quer a gente pode ter", sacou?
É meu trabalho, sou pago para isso. São normas da empresa, não posso passar por cima delas.
Doeu quando eu disse que "o responsável por essas questões sou eu mesmo, senhora", não foi? Por essa você não esperava.
Ah, um segredinho: eu também estava de saco cheio e também precisava descontar minha impaciência em alguém. Parabéns, você foi a premiada. Acha que só você tem problemas?
Mas me diga: de quantos nomes você me xingou?
Ein, sua vaca!
Rafael Rodrigues

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Mais uma chance

Sua vida estava uma droga, e ele queria dar fim ao que tanto o afligia. Detestava cada vez mais acordar cedo e repetir todos os dias a mesma rotina. Faculdade, trabalho, casa, dormir. Acordar, faculdade, trabalho, casa. Dormir, acordar.
Não adiantava ter alguém que o amasse. Para ele, tudo estava enchendo o saco. Era a rotina que o incomodava tanto.
E só Deus sabe o quanto ele tentou contornar aquilo. Só Deus sabe o que ele tentou fazer para mudar sua vida. E muita gente além de Deus, sabia que tudo havia dado errado.
Enumerar todas as tentativas fracassadas dele faria muita gente cair em prantos. Não vou me dar esse trabalho nem causar tamanho desprazer aos meus queridos leitores. Basta saber que ele era o fracasso em forma de gente. E não estou exagerando. Eu mesmo sinto profunda pena daquele ser.
Pois houve o dia em que ele resolveu terminar com aquele sofrimento que tanto angustiava sua alma. Seria o fim de suas lamentações. Para quê prosseguir vivendo? De que adiantaria? Ele nunca conseguiria realizar seus sonhos. Sua vida estava fadada ao fracasso e não só ele sabia disso, como também seus pais e amigos o olhavam não com ternura, mas quase que com desgosto. E ele via isso. Sentia isso.
Meses atrás comprara uma faca esporte, cabo envernizado, para fins de caça. Comprara apenas para decorar seu quarto, penduraria na parede, coisa que não fez, pois sua mãe detestava armas. Facas, revólver então, nem de brinquedo. Aliás, sua mãe detestava muitas coisas que ele adorava. Inclusive motos. Chegou a comprar uma, mas foi forçado a vender pouco depois de adquirí-la.
Ele sabia o que fazer. Iria se fechar no quarto, cortar os pulsos. Ficou entre isso ou meter a faca na barriga. Preferiu os pulsos. Pensou que a segunda opção seria mais dolorosa e poderia sobreviver. Cortando os pulsos também, mas seria bem menos provável.
Foi para o quarto. Com a faca em mãos, pensou em sua vida. Pensou se dar o fim a ela seria o mais correto a fazer.
Por um segundo pensou em seguir em frente. Tentar mais uma vez.
Foi o que fez.

Rafael Rodrigues

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Olha lá, quem vem do lado oposto...

Texto inspirado nos paredões do Big Brother Brasil.

Vencer é uma sede. Presente em qualquer coração humano. O prazer de, mesmo que em metáforas, subir ao podio. Sorrir. Celebrar a vitória conquistada. Está na lista de desejos de qualquer um. Não importa se estamos falando do seu projeto que foi aprovado ou do campeonato de algum jogo de luta que você ganhou.

Desde pequenos somos "educados" a almejar a vitória. Porém, por outro lado, quando não conseguimos, o que nos sobra além da triste certeza de não ter conseguido são as palavras disfarçadamente falsas que deveriam servir como consolo.

- Afinal, você já é um vencedor. Não ligue para isso, quem ganhou é um completo idiota. Você ainda assim tem personalidade e inteligência.

Porém em caminhos mais ceticos e niilistas as equações não se igualam tão bem.

A realidade é divergente, porém o segundo lugar já é o primeiro da lista de quem perdeu. Eu entendo, você quase conseguiu. Mas quase não leva a lugar algum.

Talvez, o mais bonito seria dizer. "Sim, admito que perdi. Mas isso não me faz de mim menor." E tentar fazer então o possivel. Como diz a canção, só pra viver em paz. Ou ao menos pra isso.

Thiago Augusto


Falando Nisso

(Marcelo Camelo comentando a faixa "O Vencedor" do cd Ventura da banda Los Hermanos)

"Eu estava vendo Big Brother e uma pessoa foi eliminada. Daí o Bial foi perguntar pra família o que sentiam. E eles: "Ele é um vencedor". E o cara tinha sido eliminado. Essa música parte disso, dessa necessidade que as pessoas tem de ser vencedoras."


Para ler ouvindo: O Vencedor, Los Hermanos (Olha lá, quem vem do lado oposto vem sem gosto de viver / Olha lá, que os bravos são escravos sãos e salvos de sofrer / Olha lá, quem acha que perder é ser menor na vida / Olha lá, quem sempre quer vitória e perde a glória de chorar // Eu que já não quero mais / ser um vencedor / levo a vida devagar / pra não faltar amor // Olha você / me diz que não / vive a esconder / o coração // Não faz isso amigo / já se sabe que você / só procura abrigo / mas não deixa ninguém ver / Por que será? // E eu que já não sou assim / muito de ganhar / junto as mãos ao meu redor / faço o melhor / que sou capaz / só pra viver em paz)

O rei está nu!

Era uma vez um vigarista especializado em enganar a população local, ele vendia gato por lebre, tomava sorvete de crianças e até roubava dinheiro de cegos. Esse malandro estava muito entediado de suas trambicagens e como a idade estava chegando, pensou que poderia encerrar sua carreira com um golpe de mestre, mas qual seria esse golpe?

Era uma manhã bastante ensolarada, aproxima-se a hora do almoço, para as pessoas comuns, e mais um banquete na corte do rei daquela nação. Este reino não era tão grande , mas a desigualdade era percebida se comparadas suas ruas enlameadas com esgoto a céu aberto e o palácio com piso de mármore, louça de porcelana e talheres de prata(dia-a-dia) e ouro adornado de brilhantes(ocasiões especiais), entre várias outras coisas que denunciavam um pouco a natureza vaidosa do rei. O monarca andava bastante entediado com seus decretos a assinar e as pessoas que deveria condenar à morte por desacato ou desobediência a alguma de suas milhares de leis que formulava para matar o tempo, mesmo com a maioria da população analfabeta; algo, porém, aconteceu para quebrar sua rotina.

“Um tecelão famoso bate à sua porta, magnânimo rei!” anunciou um de seus servos e o rei curioso decidiu receber aquele inesperada visita, mesmo desobedecendo a lei de marcar previamente cada visita ao rei, deveria ser algum presente, imaginou. “Vossa majestade, trago um tecido raríssimo que viajei milhares de km para encontrar. Trouxe do Oriente, uma terra que chamam Índia e não achei ninguém digno de tê-la que não o senhor”, disse o tecelão, “Muito interessante – falou um pouco corado o rei – mostre-me o tecido.”, “O tecido é de ouro, foi costurado com agulhas de diamante, é adornado com brilhantes, tem detalhes em ouro branco e prata, mas tem um porém.”, “Qual porém?” indagou o rei receoso, “O tecido foi feito por mim e uma fada, por ser uma criatura divina o tecido é apenas visto por pessoas inteligentes”. O rei estava curioso e quando o vigarista, digo, o tecelão abriu a caixa e tirou o suposto tecido, pro espanto do rei ele não conseguia vê-lo, mas fingiu achar magnífico e perguntou o preço, “300 mil”, respondeu o tecelão e logo o rei mandou que o dinheiro fosse entregue e chamando seus servos para contemplarem o rei vestido da roupa imaginária, todos para não desagradar o rei elogiaram apesar de verem somente as vergonhas do seu orgulhoso governante. O rei não usava mais roupas, quero dizer, não tirava mais sua roupa real e encantada (o que dava no mesmo) até que num belo dia uma criança que entrara no castelo do rei por um motivo de festa exclamou em alta voz: “O rei está nu!!” e no outro dia estava sendo cortada sua cabeça na guilhotina.

Esse texto foi feito em cima do episódio do Chapolin Colorado, re-adaptado e aqui está, quantos vêem o rei nu?
Eduardo Leite

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Amigos Da Escola - Parte 1

O inicio

Adentro o local, vejo 5 pessoas sentadas em dois bancos. Elas olham para mim por ter adentrado o portão. Alguns metros perto das mesmas, inicio minha frase:

- Oi pra vocês!!

- ....................

Silencio sepulcral. Pois é. Se a palavra fosse o oxigênio das pessoas, eles já estariam mortos.


Análises

Eu conheço as pessoas. E só de olhar para elas, já imagino um perfil patético ou não para a mesma. Talvez seja uma forma de um metódico tentar entender as pessoas.

E no fim, tudo são tipos mesmo. A gorda que não se acha mais gorda, o garotão que "não usa sapato, mas que se foda", o narciso que com certeza se acha, a tímida bonitinha e por ai vai. Até chegar em mim mesmo. O idiota que analisa as outras pessoas e que entra na classe como se estivesse em um western, fala como se fosse o Bogart em Casablanca e ainda acha que educação e cavalheirismo são bem vindos.


Lembranças

Mas o mesmo lugar ainda lembra 2004. Porque, afinal, a memória e vícios deles, estão presentes em mim. E pq não continuar a graça sem perder o samba?


Simpatizante

O bom, é que nos padrões comportamentais, sempre, graças aos céus, existe alguém legal e simpático para dizer ao menos um falso Bom Dia. Ou sorrir. Porque não??


Mais do Mesmo

E por fim, ainda mais do mesmo. Espero que não seja sempre.


Thiago Augusto

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sábado, fevereiro 19, 2005

Untitled

Acho que ela não me viu quando passou. E mesmo que tivesse visto, não viria. Não havia nada para ver.

Eu estava ali no meu lugar. Não havia nada para fazer. Nenhum cliente para atender. Apenas estava ali, esperando alguém vir interromper meu sonho. Sonhando acordado.

Eu não só a vi, como também fiquei observando. Não há palavras que possam descrever o quão bela ela é. Até seu andar é diferente. É excitante.

Oh, Deus! O que eu não daria para tê-la em meus braços uma noite apenas. É piegas, eu sei, mas daria tudo para beijar seus lábios e tê-la por inteiro. Uma noite apenas.

Mas isso não aconteceria nunca. Justo eu, um cara normal, sem nada de extraordinário. Ela deve gostar de caras fortes, bonitos, ricos, inteligentes. Talvez por isso ela esteja só.

Pudesse ter uma chance ao menos...

Ela voltou, ia descendo as escadas. Parou. Olhou para mim. Veio em minha direção.

Estava acontecendo o que eu queria. E eu não sabia o que fazer.


Rafael Rodrigues

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Descurso

Quem, daqui há 10 anos,
me dará as mãos
para eu chamar de amigo?

Quem aparecerá,
E soletrará a palavra
chamada A-M-O-R?

Quantas mais cicatrizes
irão aparecer em meu corpo
para me deixar vencido?

Porque eu só faço perguntas
que ainda não sei responder?

Com qual de minhas mãos
eu vou te afagar?
E a quem ela será
a dor de um tapa?

Sentido. Calado. Doído.
Pela dor de nunca saber.
O porque que já sei que
essa dor já se passou.

Minha pele, então,
Começará a me transformar
Eu já terei escrito várias
serenatas a você.
(tão inúteis)

Eu insisto em não me calar
E botar pra fora que foi
seu desejo de morte
que me matou

Porque eu ando sempre em circulo.
E meu crime é falar de amor
Que se Arma como uma vingança
.........Mata de tanto explendor
.........Organiza seus próprios desejos, para, no final.
.........Ruir-se como uma flor. Morta.

Quem se absolverá do meu perdão?
Quem terminará de partir meu coração?

Porque eu só vejo perguntas,
Que ainda não sei responder?

Eu me vejo sábio e mais velho.
Contando daquilo que vivi.
Mas porque eu não acho respostas?
E sempre vivo preso em caminhos.
Labirintos que eu nem sequer sei
como sair dali.

Perguntas. Perguntas. Perguntas. Perguntas. Perguntas.
Onde está a vida nesse lugar?

Thiago Augusto




Nota do Autor: Olá leitores, antes de mais nada o meu sincero obrigado por dedicar uma fatia de seu tempo para essas palavras em conjunto.

Primeiramente peço desculpas pelo talvez excesso textual apresentado por essa voz. Há um certo incomodoem mim a respeito, pois, começo a achar que estou exagerando demais e que talvez por publicações quase que diárias, minhas palavras fossem evitadas. "Oh não. Mais um texto dele, cadê as outras vozes??"

Porém, há uma explicação lógica.

Particularmente essa voz estava em um período calmo, dedicado ao ócio, portanto assim mais apto para refletir sobre poesias, textos e canções. Eis que então estou saindo dessa fase e novamente retorno ao processo de retirada de pedras no caminho e deixo por hora a sombra e água fresca.

O texto acima marcou esta despedida ao ócio, destacando momentos de silêncio onde muitos pensamentos vem a nossa cabeça... E nessa segunda próxima: A vida continua... Obrigado mais uma vez.

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sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Um Soneto Errado

Eu nunca realmente quis ser ninguém.
Eu nunca realmente quis ficar com ninguém.
O que eu sempre quis foi ser alguém.
Talvez ser eu mesmo.

O que eu sempre quis foi tê-la ao meu lado
Todo o tempo.
Mas agora vejo,
Nesse momento:

Eu não sou eu, nem sou ninguém;
Muito menos alguém.
E o que é pior:

Não tenho ela ao meu lado.
Nem alguém, nem eu,
Nem ninguém.

Rafael Rodrigues

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quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Surreal

Em um dos lados o bem. Do outro talvez o mal.
A mão esquerda afaga meu rosto. A outra congela a espinha com o cano de uma arma em minhas costas.
- Atire, Atire, Atire!

E eu sobrevivi.
Thiago Augusto


Falando nisso...

Esparsa. Ao desconcerto do Mundo

Os bons vi sempre passar
No Mundo grandes tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado:
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.

Luiz Vaz De Camões


Para ler ouvindo, Flores Do Mal, Barão Vermelho (Não me atire no mar de solidão / Você tem a faca, o queijo e meu coração nas mãos / Não me retalhe em escândalos / Nem tão pouco cobre o perdão / Deixe que eu cure a ferida dessa louca paixão / Que acabou feito um sonho / Foi o meu inferno, foi o meu descanso / A mesma mão que acaricia, fere e sai furtiva / Faz do amor uma história triste / O bem que você me fez nunca foi real / Da semente mais rica, nasceram flores do mal.)

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terça-feira, fevereiro 15, 2005

Castelo

Inspirado por Do Lado De Dentro - Los Hermanos

Quem começou com o primeiro tijolo? Quem disse não a todas as notas e esqueceu do trivial? As rosas do seu jardim têm mais perfume porque são do seu jardim?

Quem içou a ponte para ninguém entrar? E se negou a ver todo mal? Já que a maldade, a dor, a tristeza, a vida, as flores, não tem mais importância nesse castelo que você construiu...

Quem colocou os guardas na torre? Para matar quem chegasse perto.

- Pois em meu castelo ninguém vai entrar, construído com toda minha paixão. De meia volta, não quero resposta, que no meu castelo eu sou a luz, viu?

O sol ainda brilha toda manhã? Ou também acha que nisso pode mandar? Em sua alegria não pode perceber, o tanto, tal mal, que o castelo lhe faz. Lá fora o dia ainda pode brilhar.

- Mas o castelo brilha tão mais, viu?

Depois não diga que tudo que é seu morreu aqui, e não há mais o que guardar, e não vá esquecer que eu te avisei que esse castelo só te prendeu.

E o que antes vivo, hoje se perdeu, e do lado de fora, mais um dia nasceu...

- Fique, então, com seu castelo. Do lado de dentro, livre não está. De onde estou, só há liberdade. E não há construção que me cegue não, viu?

Thiago Augusto

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segunda-feira, fevereiro 14, 2005

O que realmente sabemos?

Estar em um curso parido pela filosofia tem lá suas vantagens, principalmente para aqueles que não têm medo de se perguntar algumas coisas imperguntáveis, quebrar tabus, mudar de opinião ou até de pedir perdão.

Nesse raciocínio andei meditando no exercício que meu professor da cadeira Psicologia, Ciência e Profissão nos ensinou. Pegue uma caneta, coloque à sua frente e foque o olhar nela. Você teve a primeira impressão real desse objeto, mas agora olhe através da caneta, olhe para a parede que encontra-se no fundo do ambiente. O que você vê? Resposta: possibilidades.

Quando crianças, aprendemos com nossos pais a repetir para aprender a falar e, quando balbuciamos algo como “Mãã”, logo percebemos aquela figura que nos amamentou e nos cuida em tempo integral agitada, aprendemos a reconhecer uma reação à uma repetição, e assim continuamos nossa vida, aprendendo por imitação. “O Brasil é o país do futuro!” uma vez me disseram, “Deus castiga”, mais uma vez, “Se apontar o dedo pras estrelas nasce verruga”, “Todo homossexual tem AIDS”...

Esses exemplos podem causar certa identificação, quem nunca ouviu uma estória dessas, quem nunca acreditou piamente (ou acredita) no mito do amor romântico empurrado pelas gerações adeptas do helenismo e do romance Hollywoodiano que nos foi empurrado goela abaixo desde sempre? Mas essas são apenas as que nós viemos descobrir como absurdo por estarem tão na cara que a Filosofia grega, que passava a cultura através dos mitos, fora substituída pela ciência, e é assim que vivemos hoje, ou não?

Ainda acreditamos em tudo que nos dizem, ainda engolimos o que os professores vomitam em nossos ouvidos e guardamos como dogmas tudo aquilo que certos “sacerdotes” modernos nos ensinam como verdade absoluta e esquecemos o maior presente dado por Deus e que tantas pessoas morreram na fogueira pelo direito de usá-lo: nossa mente.

Nem tudo tem resposta, e talvez fosse mais gostoso que nada tivesse resposta, para que a gente pudesse tentar achar as respostas ao invés de sempre pegá-las prontas, filtradas. Talvez pudéssemos ser mais autênticos, menos parias, talvez contestar esse texto fosse um começo, um chute no balde. Por que não? Por que não?

Eduardo Leite

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domingo, fevereiro 13, 2005

Os ateus e o complexo de Édipo.

Negar a existência de Deus é como matá-lo. Não quero crucificar os ateus. Não tenho moral para criticá-los, pois eu mesmo tenho dúvidas quanto a minha religiosidade.

Mas isso não vem ao caso.

Seriam os ateus todos vítimas do complexo de Édipo? Sob esta ótica, eles ignorariam a existência de Deus para poderem viver mais tranquilos e com uma maior liberdade de espírito. Aquela liberdade que conseguimos quando saímos da casa de nossos pais.

Para determinadas pessoas ser mais que o pai é um desafio e uma obrigação. Para outros, um exemplo a ser seguido. E para outros, razão de um grande trauma.

Fazendo uma analogia entre a figura do pai e Deus, negar a existência Dele seria uma maneira de eliminá-lo e não ter de viver à sombra de Seus ensinamentos.

Sem Deus, sem desafios, sem obrigações, sem exemplos a serem seguidos e sem traumas.

Será?

Rafael Rodrigues

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Pensamentos sobre a burrice e afins

Irracional
(Inspirado por um dos Textículos Ltda.)

- Sabe de uma coisa?

- O que?

- Olhando meu passado chego a conclusão que a maioria das mulheres que conheci e todas aquelas que eu me senti atraído são quase ou completamente burras.

- Ahn? Como assim???

- :-/ ... Esquece


Teste de Q. I.

Tirando o estúpido comercial do "sou brasileiro e não desisto nunca", a musica do Raul, Tente Outra Vez é muito bonita.

Mas, confesso, quando você começa a se conformar de sua derrota, não há nenhuma canção que te mova pra frente quando você descobre que ela passou no vestibular. No lugar mais difícil.

- Ela me parecia tão ... tão... burra... Quer saber? Concordo com sua teoria, não é um teste de inteligência.


Rolam Boatos que...

... os pais de Einstein temiam que ele tivesse problemas mentais, pois, o pequenino futuro gênio demorou muito para aprender a falar.


Dizem as mas línguas que... (ou como usar isso como um bom pretexto)

... Einstein foi reprovado em um exame que fez para uma escola e com medo de ser reprovado de novo frequentou uma outra escola secundária.


E se...

existisse um remédio para a burrice? Teríamos novos filósofos, músicos, cientistas, poetas?

Não, provavelmente o remédio ia desandar...


Dá o que pensar...

Até aonde vai o limite entre a burrice e a estupidez?


Crendices Populares

Pois quando um burro fala, o outro abaixa a orelha.


Cala a boca, Magda!

Todo mundo já leu, mais aproveitando o tema. 5 pérolas da prova do Enem.

- "Lavoisier foi guilhotinado por ter inventado o oxigênio"

– "Os egípcios antigos desenvolveram a arte funerária para que os mortos pudessem viver melhor"

– "O petróleo apareceu há muitos séculos, numa época em que os peixes se afogavam dentro d’água"

– "Quando um animal irracional não tem água para beber, só sobrevive se for empalhado"

- "A comunicação é moderna porque usa modernidades da atualidade”.


Vale lembrar que...

"Em Esparta as crianças que nasciam mortas eram sacrificadas” ·


Afinal...

"Quem nasce pra burro nunca chega a cavalo”.(Ditado Popular)


Thiago Augusto

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sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Continhos

I

Se Eduarda não tivesse tido aquela idéia absurda de saltar daquele prédio, eu ainda estaria vivo.

"Se você se jogar eu também me jogo."

"Se joga então que eu quero ver."

E eu me joguei.

Quando ela me viu, lá de cima, espatifado no chão, a poça de sangue me engolindo, virou as costas e foi  para o apartamento.

Chorar. Depois, ver tevê.
.

Sem sentido

Estava escuro e abafado. Ele mal conseguia respirar. Suas narinas já não trabalhavam bem. A boca, seca, já não produzia mais saliva. Sem nada enxergar, não sabia que não havia paredes para se apoiar. Já não sentia dor nenhuma. Caísse ele, ali mesmo ficaria.

Jogado à própria sorte. A morte certa.


II

Ela chorava copiosamente por sobre meu ombro enquanto gaguejava algumas palavras de amor - e reconciliação. Eu pensava em coisas vãs.

E em como ficaria minha camisa depois daquilo.


Quem de nós dois

Depois de todo aquele barulho e do que parecia ser o inferno, entre mortos e feridos pude vê-la chorar. Foi quando tive a certeza de que nos amávamos.

Pena que foi tarde demais.


III

O problema não era ele estar ali, sozinho, cigarro aceso, pensando no que fazer.

O problema era justamente isso: ele não tinha ideia alguma do que fazer, nem a quem recorrer.

O problema não era ele estar ali, sozinho. Era seu único amigo ser aquele cigarro.


Rafael Rodrigues

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quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Poesia Numa Hora Dessas?

"- Feito pra mim, bom pra você. Deixa mudar e confundir!
- Deixa de lado o que se diz. Tem no mercado é só pedir!...
- Me faz Chorar e é feito pra Rir."

Cher Antoine de Rodrigo Amarante (Los Hermanos)

Poema

Tá certo. Sem mais demoras.
Eu não sei o que sinto por você.
Mas é algo tão abstrato e grande.
Se morrer, eu não morrerei.
Mais vai doer pra caralho...


Mantra

"Quando não se tem mais nada,
não se perde nada."
- Adeus.
E a matei no meio da catedral.


Ultra-Românticos

A dor que antes fora chama.
Morta em nossos braços.
Onde não haverá conforto algum.
Ruída pela discrepância.

Talvez não se lamenta.
É também uma sentença.


Estúpida Retórica

Se você calasse sua língua,
eu saberia se alguma vez,
nos seus olhos,
você me disse:
- Não se preocupe!

A retórica me agride nessa hora,
pois a dor seria maior, se,
eu soubesse que essa frase
nunca existiu...


Escondido

Meu amor, de tanto se esconder,
agora é assim: Foragido.
Procurado por amar demais.


Profana Trindade

Elas são três. Rasgaram-me com um punhal.
Mas meu sangue, voces só verão no final.
Pois nesse verão. Sou eu que mato.
E vocês que cavam.
O abismo de seus pés.


Palavras, Palavras, Palavras

- Porque tudo até agora já foi muito bom.
- ... Sinceramente, eu nunca gostei de tantas palavras...


Discurso de Posse

Eu escrevo para quem?
Agradeço com carinho,
quem leu esse poeta,
e, talvez, por um segundo,
pensou em sua própria vida.

Mas aqui, ainda jaz um coração.


Núcleo Base

"Meu amor, eu sinto muito,
muito, muito. Mas vou indo."
Não existe mais nada.


O Poema é Pop

Doi. Machuca. Fere. Sangra.
Canções ainda gritam.
"O Pulso ainda pulsa"
Pois, o bom de viver,
É estar vivo.

Thiago Augusto


Para ler ouvindo, Go Back, Titãs [Versão espanhola acústica com Fito Paez] (Aun que me llames / Aun que vayamos al cine / Aun que reclames / Aun que ese amor no camine / Aun que eran planes y hoy yo lo siento / Si casi nada quedo / Fue solo un cuento / Fue nostra historia de amor /Y no te voy a decir si fue lo mejor / Pues // Solo quiero saber lo que puede dar cierto / No tiengo tempo a perder // ((Poesia de Pablo Neruda)) Ya no se encantaram mis ojos em tu ojos. / Ya no se endulzara junto a ti mi dolor / Pero hacia donde vaya llevaré tu mirada / Y hacia donde camines llevarás mi dolor / Fui tuyo, fueste mia. Que más? Juntos hicimos / Un recodo en la ruta donde el amor paso / Fui tuyo, fuiste mia. Tu serás del que te amo. / Del que corte en tu hearto lo que hae sembrado yo / Yo me voy. / Estoy triste. Pero siempre estoy triste./ Vengo desde tus brazos. No se hacia donde voy. / Desde tu corazon me dice adios un niño / y yo le digo adios // Solo quiero saber lo que puede dar cierto / No tiengo tempo a perder)

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terça-feira, fevereiro 08, 2005

Retalhos do Carnaval

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Ô Abre Alas
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car.na.val - 1. Os trés dias imediatamente anteriores à Quarta-feira
de Cinzas. 2. Folia que caracteriza esses dias, mais o sábado. ->
carnavalesco, adj.


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Do que é feito o samba?
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A palavra carnaval também apresenta diversas versões e não há unanimidade entre os estudiosos. Há quem defenda que o termo carnaval deriva de carne vale (adeus carne!) ou de carne levamen (supressão da carne). Entre as aceitas está carnelevale, do dialeto milanês, que significa tempo em que se tira o uso da carne. O carnaval é propriamente a noite anterior à Quarta-feira de Cinzas, quando começa o período de abstenção de carne, por parte dos religiosos.

Como a Igreja pautava-se nos padrões éticos e morais, não permitia uma série de coisas na Quaresma, como a realização de bacanais e saturnias. Então, as pessoas passaram a aproveitar o último dia antes do início da Quaresma para fazer tudo a que tinham direito. O carnaval é realizado justamente neste período e remonta as características das festas pagãs


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Top Top
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(10 canções para ouvir nesse carnaval)

- Chico Buarque - Quando o Carnaval Chegar
- Chico Buarque - Noite Dos Mascarados
- Paulinho Moska - Retalhos De Cetim
- Ed Motta - Colombina
- Los Hermanos - Pierrot
- Titãs - Nem Cinco Minutos Guardados
- Luiz Melodia - Quando o Carnaval Chegou
- Chico Buarque - Vai Passar
- Los Hermanos - Todo Carnaval Tem Seu Fim
- Ney Matogrosso e Plap - A Ordem é Samba


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O Bom e Velho Carnaval
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Carnaval. Carnaval. Carnaval. Eu Fico triste quando chega o carnaval.

Domingo, 22 de fevereiro, 6h17min

Do que é feito um samba? Meu coração me machuca agora. Nem todas as cabrochas do mundo com seus mestres-salas e sua animação momentânea me transformarão em algo mais feliz. Não venha me dizer sobre felicidade...

Amanhece em São Paulo. Assim como em qualquer outra cidade. Só que esse céu é o único que vejo.

Meu corpo dói, o barulho me ensurdece, o vento da manha me corta. E é isso que quero. Me sentir livre, sozinho, perdido. Um pássaro.

Sangue fica estranho quando seca, escurece. Alguns dizem que não saem com tanta facilidade. O gosto é tão amargo quanto ruim. As pessoas param para me ver. Mas hoje serei só mais um numero. Estatística. A porcentagem que se diverte no carnaval, que discute, briga e isso realmente não me importa.

Em meus 18 anos, embora já tivesse imaginado, percebi a força que carrego dentro de mim. Meus pulsos ainda doem.

Preciso dormir. Deitar. Esquecer. O Carnaval é infeliz demais para mim. Sempre foi e sempre será. Quando criança eu me lembro de ver na tv os corpos coloridos e nus que me encantavam, criança demais para saber o porque. Eram dias onde a família se reunia. Todos ficavam em casa.

Hoje só me sinto sozinho. Sem você querida. Dizendo o velho clichê e se perguntando o porque. Quieto. Evitando a batucada que esmaga minha cabeça nesse momento.

Eu não choro. E não irei. Só me mantenho firme. Olhando para quem quiser me olhar. Pensem o que quiserem. O sangue é meu e a culpa não é minha.

(Trecho de um conto inacabado)

Thiago Augusto

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Um plágio (por uma boa causa)

"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos.

Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.

Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava.

Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.

Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.

Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.

Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente.

Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém."

John Lennon

Retirado do blog Outras Palavras

Rafael Rodrigues

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sábado, fevereiro 05, 2005

Untitled

Somos todos parte de um mesmo todo.
Um todo é um conjunto.
Um conjunto de seres compõe uma sociedade.

Não lembro se é exatamente assim,
Pois isso aprendi na escola - há algum tempo atrás.

Era a época em que eu tinha
Aulas de Moral e Cívica.
Mas como tudo se apaga com o tempo,
Não só eu, mas muitos outros se esqueceram.

Esqueceram-se do respeito.
Do que é uma sociedade.
E principalmente:
De que somos todos humanos.

Rafael Rodrigues

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sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Romaria


Menino novo. Fez um pedido olhando para os céus. Um pedido que nem todo ouro do mundo haveria de comprar. E esse menino pagaria, da sua forma. Agradeceria todo o dia aos céus por essa força quase que miraculosa. 

- Eu prometo que agradeço e te enalteço todos os dias se meu pequeno pedido se realizar. 

O tempo passou, mudou uma estação e o menino estava confiante. Seu contrato divino foi firmado. Ainda existia a fé. 

As horas trouxeram, finalmente, a verdade. E seu contrato divino só recebeu aval de sua própria parte. 

De noite, ao deitar, seu destino está em suas mãos e no peito agora existe magoa. 

- O que faço agora? Te amaldiçoo todas as noites antes de dormir? 


Thiago Augusto


Para ler ouvindo: Medo De Deus, Paulinho Moska (Às vezes tenho medo de Deus / Dos dias que Ele acorda de mau humor / Às vezes tenho medo do Seu Amor // Às vezes tenho pena de Deus / Das noites que Ele bebe e não sabe o que faz / Depois põe a culpa no destino e se esconde atrás // Quando decide que alguém tem que partir / Quando Ele dorme ou se distrai // Às vezes tenho raiva de Deus / Quando Ele se mostra cego como uma lâmpada queimada / E surdo como uma pedra dentro d'água // E às vezes sinto falta de um deus / Que realmente cuide bem do seu asilo de loucos / E nos dê finalmente uma vida guardada pra poucos // Porque essa dor sem nome tem que ter fim: / A dor de não saber de onde eu vim)

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quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Sem Reais?

Talvez eu esteja enganado.

Mas pense, qual foi a ultima vez que você viu uma nota de 100 reais?

As outras sempre estão presentes por ai. E já encontramos diversas notas de 20 e 2 reais (que supostamente seriam um lançamento ainda morno no plano econômico do pais) seriamente danificadas.


Mas as notas de 100? Se me recordo tive uma, talvez. E vi no máximo cinco notas azulzinhas na minha vida.

A ultima que me lembro ter passado meus olhos sobre foi em dezembro de 97, na antiga loja de discos da família, quando alguma pessoa de má fé pagou sua compra com uma nota pirata de 100 reais. Depois disso, nunca mais.


Afinal, por onde andam as notas de 100 reais?



Thiago Augusto

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