quinta-feira, março 31, 2005

Não sei

Não sei porque estou vivo
Não sei porque insisto em tentar
Não sei de onde venho
Tampouco onde vou chegar
Não sei porque insistem em me ajudar
Mesmo quando não busco ajuda
Não sei de onde vem esse olhar altivo
Nem essa superioridade absurda
Não sei porque chove hoje
Num dia tão triste para mim
E ao mesmo tempo que a melancolia vem assustar
Aumenta no libido a vontade de tranzar
Não sei porque o homem
Apesar de tão complicado
Tão feio e tão errado
Continua a se deturpar
A defeitos inventar
E na sua baixa auto-estima insistir em fazer nascer
Deuses e forças além do nosso compreender
Para dominar, subjugar
Prender e alienar
E deixar o capital cada vez mais dominar
Nossa mente, nosso sentir, nosso gozo, nosso sofrer
Não sei porque vivemos tanto tempo sem realmente viver
Não sei porque os pais querem viver a vida dos filhos
Mandando e desmandando
O que devem sentir, o que devem dizer
Como devem viver e como devem morrer
Entendo porque as pessoas não se conhecem, não entendo porque assim querem permanecer
Na ignorância, insensatez, preconceito querem sobreviver
Não sei porque insisto em me excluir dessa situação
Como se por um simples poema merecesse compaixão
Talvez apenas diferente de alguns
Sei que muito não sei
E apesar dessa consciência implacável
Pertenço à mesma raça miserável que vocês


Eduardo Leite

1 Comentários:

Às 1:39 AM , Anonymous Anônimo disse...

Nossa... Final bombástico. Gostei geral, abraço Dudu!
Rafael.

 

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