quinta-feira, setembro 29, 2005

O último - Parte II

Encontrou-a sentada num banco. Pediu para ela se levantar. Queria dar-lhe - e receber - um abraço.
- Senta, meu joelho dói. A casa do teu amigo fica muito longe daqui?
Ele não diria que sim, não queria preocupá-la. Perguntou como ela estava, sobre a faculdade e se queria beber algo. Fazia muito calor.
- Aceito, sim.
Enquanto tomavam água de coco, conversaram. A garota contava o que havia conseguido em tão pouco tempo de faculdade e ele ficou feliz por ela. Levantaram e andaram um pouco.
Ele resolveu questionar sua indiferença na última conversa que tiveram.
- Eu estava normal, foi impressão sua.
Caminharam mais um pouco e ela queria sorvete. Ele não, obrigado. Sentaram novamente. Ela degustava o gelado. Ele se perdia em pensamentos. Começava a desenhar em sua cabeça imagens de um jovem chorando e uma jovem partindo.
- O que você tem?
Assustou-se com a pergunta, e quase responde. Diria que estava tentando entender aquela frieza repentina da parte dela. Mas preferiu dizer que não era nada, para momentos depois resolver colocar as cartas na mesa.
Enquanto ele falava, ela terminava a sobremesa e por alguns instantes ficou a admirar o vazio do nada.
- Olha, acho que isso não está dando certo. Eu aqui, você lá...
Ele poderia ser dado como morto naquele momento. É provável que seu coração tenha parado de bater por alguns segundos. Não conseguiu pensar ou respirar. Seus olhos miravam algum lugar, ou lugar nenhum.
Apenas durante alguns segundos. O tempo que leva para uma mulher acabar com os sentimentos de um homem.

Continua...
Rafael Rodrigues

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