sábado, setembro 24, 2005

Quando a ti vejo

Toda vez que te vejo, tenho vontade de te matar. E a mim mesmo, logo depois. Seria uma espécie de “Romeu e Julieta”, só que mais trágico e mais triste.
(Você sempre me achou exagerado).
Nunca concordei com essa opinião sua. Aí depois você passou a me chamar de exagerado e cabeça dura. Para evitar maiores discussões, eu aceitava tudo o que você dizia. Você até estranhava minha boa vontade às vezes. Mas repito: nunca concordei com seus julgamentos, apenas não queria discutir com você.
Parecia tão segura de si... E se eu passava metade do dia sem te dar notícias, você logo ligava, preocupada. Admita: você realmente se preocupava comigo, mas inventava outros motivos para ligar, só para disfarçar.
Eis algo que eu não gostava em você: isso de esconder os sentimentos. Mas fazer o quê, você é assim (ou era...)
Agora eu te vejo e tenho vontade de quebrar alguma coisa, derrubar qualquer objeto à minha volta. Quando te vejo, só a ti vejo. Esqueço as pessoas que passam, e as coisas que ficam. Apenas a ti vejo.
Não, eu não queria te ver. Mas te vi. E fingi que não. Mas aí alguém que te viu acenou para mim, e eu não pude mais fingir. Nem me esconder por trás dos meus olhos.
(Que raiva daquela pessoa... Eu poderia matá-la também...)
Falei com você, que jeito? Nos cumprimentamos. Eu queria poder arrancar o teu braço com o aperto de mão, e com uma mordida – ao te beijar -, um pedaço do teu rosto. Mas não, eu não podia. Felizmente nossa conversa não demorou. Foi tudo muito rápido, eu estava com pressa. Espero nunca mais te ver.
(Nem lembrar de ti, com saudade).

Rafael Rodrigues
13/12/2003

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial