quinta-feira, abril 28, 2005

Conversa Entre Amigos

Pois é.

Querido Blogger. Aqui estou eu novamente. Sisos quase já estaveis. Digo, a falta deles né, pois nenhum siso se encontra presente entre meus dentes.

Eu tinha deixado tudo preparado, para postar o folhetim. Mas não deu tempo. Tempo? Pois é.

Atire a primeira pedra quem, ao menos uma vez, não ficou por alguns segundos escravo do tempo que transforma tudo em quase nada. Por falta de tempo de preparar adequadamente o texto em folhetim, essa semana passou sem eles. E por preguiça de certa forma. Mas vejam, eu estava "de molho" e tal. Perdooem me.

Vocês vão se perguntar, essas divagações chegarão a algum lugar? E obviamente eu responderei: Não.

É só uma conversa franca com quem sempre lê nosso querido blog. Falando nisso, o divulgue por favor. Agradecemos emocionadamente. :)

Hoje pensei em fazer uma série de textos interessantes. Vejam, farei em breve 20 anos. E pensei, então, homenagear todas as mulheres que conheci e escrever sobre cada uma delas.

Não seria algo escandaloso, portanto posso contar sem problemas morais que poderia ter. Mas talvez algumas receberiam apenas poucas linhas, e outras, eu não teria palavras para descreve-las adequadamente.

Seriam pequenos contos, como em um desses filmes cheios de segmentos. Talvez alguns achem que é uma limitação pegar histórias reais e textualiza-las a partir dai. Mas por outro lado comecei a achar a ideia interessante, para mostrar cada pessoa do sexo oposto que passou por mim. Como amiga, amante tanto faz.

Eu gosto das histórias de tudo isso. Todas as pessoas tem uma história para contar, e talvez o que eu, o Dudu e o Rafael fazemos é juntar tudo isso. Alguem já disso isso mas, juntar todas as particulas suspensas no ar e formar aquilo que chamamos de texto.

Sem entrarmos nas definições do que é texto, literatura ou poesia. Deixemos isso para as provas proximas de Teoria da Literatura...

Pois é amigos. Agora deixo aqui minha despedida. Saudades matadas. É hora de dizer adeus.

Thiago Augusto

Dois laços azuis


Escorreram lágrimas vermelhas dos seus olhos. Não conseguia conter aquela escabrosidade e sentia-se nervosa com aquilo. Estava no banheiro do colégio e terminariam vendo. Não, nunca tinha lhe acontecido nada parecido. Não soube no que pensar na hora.

Olhou-se no espelho, respiração acelerada, arfava. Pegou com mãos trêmulas um lenço que sua mãe pusera à força em sua pequena bolsa de criança e enxugou o rosto. Nos óculos, o sangue grudado, gelado, parecendo esmalte. Tirou-os com pressa, jogou-os na pia, ensaboou as lentes com os restos roxos do sabonete com cheiro de lavanda. Detestava aquele cheiro comum, cheiro de banheiro, cheiro sujo.

Saiu andando rápido, de maneira desajeitada, ajeitando os finos cabelos presos aos dois laços azuis, de cetim quadriculado. Prendia-os tão fortemente naqueles nós que sentia alívio ao soltá-los todo dia ao chegar em casa. Parecia um menino, andando com sua pernas finas, afastadas uma da outra, quadris sem nenhum balanço. Entrou na sala ainda suada. A merendeira caiu no chão e ela pôde sentir o movimento de pescoço de todos à sua volta. Apenas um pedido de desculpas, quase calado, serviu para que a aula continuasse.

Tabuadas, conjugações verbais, descobrimento do Brasil. Dor de cabeça. As maria-chiquinhas puxando todo seu couro cabeludo para trás. O corpo lutando contra a feminilidade, contra os sentimentos. Voltou para casa a pé, andando rápido em seu passo de pato.

Trancou-se logo no quarto. Enfiou-se toda debaixo do edredon.

Quando acordou, viu as paredes pintadas de sangue. As frases repetidas diziam: ande como uma mocinha.

* Conto da jornalista e escritora carioca
Crib Tanaka. Para ler mais textos da Crib, basta acessarem seu blog, Desfio.

Sinais de que você está passando muito tempo na internet (mais precisamente no MSN)

Você começa a procurar no dicionário como se escrevem certas palavras. Além disso, sem querer escreve "sentavos" e "licensa".

Rafael Rodrigues

quarta-feira, abril 27, 2005

O famoso ZÉ - no colégio

Ao fazer pesquisas para trabalhos escolares, imprimia a home-page sem nem ao menos retirar o link.
ESSE É O FAMOSO ZÉ

Rafael Rodrigues

terça-feira, abril 26, 2005

Notícia

Vejam só como são as coisas. De onde menos se espera que aconteça algo, acontece.

(Todos sabem que sou um preguiçoso nato. Como nada faço, divulgo, então.)

Existe em Sabará, Minas Gerais, uma biblioteca dentro de uma borracharia.
Deixem-me repetir: uma biblioteca dentro de uma borracharia.
Querem provas? Acessem este link e leiam vocês mesmos.

Este é o início de uma série de posts que farei - alternando sempre com ficções, afinal, não posso deixá-la de lado - visando o incentivo à leitura e à ações que tenham como objetivo incentivar a leitura.

Mais uma vez o link: http://www.cronopios.com.br/site/prosa.asp?id=111


Abraços a todos,
Rafael Rodrigues

segunda-feira, abril 25, 2005

Por que não?

Ao menos você vai poder dizer que tentou.

r.s. rodrigues

Vale tudo literário

Prefiro escrever à mão que criar diretamente no computador. Não reclamo da tecnologia, me dou muito bem com ela - apesar de ser um cara meio à moda antiga.
Não sou escritor, apenas um aspirante a. E como eu, existem milhares. Tenho quase certeza de que a maioria deles compartilha de minha opinião.
Não vejo nada mais interessante que uma folha de caderno rabiscada, cheia de rasuras, palavras cortadas, umas por cima das outras. Ao escrever diretamente no micro, tudo sai muito limpinho. Você não imprime um texto com seus erros. E eles são importantíssimos. É com eles que aprendemos.
Uma grafia incorreta, uma vírgula no lugar errado, um período sem muito sentido. Escrevendo à mão você vê tudo isso. Não que no computador isso não exista. Mas o delete e o backspace (ou a <- "setinha pra trás", como queiram) fazem você esquecer o que você errou. No papel não, fica tudo lá, registrado.
(Sem contar no revisor de erros do Word, editor de texto que é utilizado pela maioria.)
É uma questão de preferência. E de usar o que se tem no momento. Você pode ter um espasmo de criação quando está aqui na internet conversando com alguém, ou lendo algum texto. Da mesma forma que a inspiração pode vir quando você está dentro de um ônibus, voltando da faculdade.
Enfim, de qualquer maneira, o que importa é escrever. Manuscrito ou digitado, vale tudo. Até texto psicografado.

r.s. rodrigues

Ivoni - uma mulher decidida

Domingo. Quando acordo já são quase 3 da tarde. Levanto, almoço, checo meus emails, tomo banho. Leio para passar o tempo, esperando o pessoal sair da frente da tv.
Enquanto leio – está sendo um desafio ler “Valsa negra”; a autora parece indagar-me “e ai, até quando vai agüentar?”; pode ser que o fim salve o livro (rá rá rá, grande piada), mas enfim – resolvo ver o que minha mãe está assistindo. Márcia.
A história é a seguinte: Ivoni – pronuncia-se IvonÍ – vai andar de roda gigante pela primeira vez. Conhecendo o mínimo que seja do programa da Márcia, sabe-se que não é somente isso. Eis que a segunda história aparece. Pausa para uma reflexão idiota:
Ricardo Piglia, escritor argentino, diz que todo conto conta duas história. Uma é a história superficial e há a segunda que é a subliminar. Será que a produção do programa da Márcia conhece o Ricardo Piglia e sua teoria?
(Óbvio que não).
Mas enfim, voltemos ao que interessa. A teoria do conto de Ricardo Piglia diz que...
- Não, não. Isso realmente interessa mais que o programa da Márcia, mas volte ao assunto que você abordou nos primeiros parágrafos.
Ok. Lá estava a Ivoni na roda gigante. Eis que a roda pára. A Ivoni não se desespera, pois está com ela um câmera-man que filma cada reação sua. A segunda história começa a se revelar. Alguém vai salvar Ivoni. Quem será? Seu pai que ela não vê a 10 anos devido a uma briga? Sua mãe, que a rejeita? Um irmão do qual ela não sabe da existência? Não, passei longe.
Quem vai salvar Ivoni é Márcio. Ele sobe até a cabine da roda-gigante em um daqueles aparelhos do corpo de bombeiros que é utilizado para alcançar grandes alturas e fazer resgates perigosos. Ele diz que a ama e pede mais uma chance, a sua última chance (esse é o nome do quadro do programa). Ivoni diz que não, que já sofreu demais. Márcio insiste. Ivoni não desiste.
Márcio sobe na cabine. Tem em mãos um buquê de flores.
(Agora sim, Ivoni não vai resistir. Que mulher resiste a um buquê de flores? Exceto aquela que não quis nada comigo quando a enviei um nenhuma mulher resiste).
Márcio mais uma vez diz que a ama, e que ama também o filho deles. Pede outra vez mais uma chance. Márcio está aos prantos. Ivoni mantém sua posição. Não aceita o buquê e não vai dar chance alguma a ele.
Márcio vai embora. Ivoni diz que não poderia dar outra chance a ele. Ela tem que dar uma chance a si mesma.
Não cheguei a ficar sabendo o que houve entre eles. Me perguntei se ela não teria sido injusta. E perguntei a minha mãe como é que ela assiste esse tipo de coisa.
Acho que não. As mulheres dificilmente erram.
Segundo minha mãe, não estava passando nada melhor na tv. Eu acredito nela.

(Texto escrito no domingo 17/04/2005)
r.s. rodrigues

domingo, abril 24, 2005

Folhetim

Eis que o blog iniciará na semana que vem uma novidade: O folhetim.

Já que alguns textos são grandes demais para ser postados de uma vez só. Resolvemos corta-lo em duas ou três partes e posta-lo na forma de folhetim. O que é também uma homenagem a varios livros brasileiros que foram lançados inicialmente dessa forma.

Portanto, na proxima semana. Em três dias consecutivos. Vocês conheceram uma história. Que terminará depois de três dias.

Foi a forma que pensamos de não deixar um post só muito pesado. Sendo assim mais agradavel de ser lido.

Muito Obrigado e voltem sempre. :-D

3 Vozes

sábado, abril 23, 2005

Promessa

Eu disse a ela que iria voltar a ser quem eu era. Dar tudo de mim e recuperar o tempo perdido. Foi o que eu disse.
Falar é fácil... Como esquecer tudo o que se passara até ali? As más lembranças são conservadas, as boas, eliminadas.
Lembro ter dito "vou tentar, ao menos". Ao menos isso. Ao menos. Menos... não exageremos nos "ao menos".
Sim, vou tentar. Vou. Tá, tá, vou parar com isso. Vou mudar isso.
Serei eu contra todos. E todos contra mim. Ou estarei surtando? Será que tudo aquilo aconteceu mesmo? Não seria apenas invenção minha? Talvez. O mundo não gira à minha volta. Nem tudo acontece por minha causa, ou por minha culpa.
É... melhor dar um tempo para minha cabeça. Pensar em outra coisa. Fumar um cigarro. Tomar uma cerveja. Assistir uma boa comédia.
Depois, mandar todos para o inferno.

r.s. rodrigues

sexta-feira, abril 22, 2005

When a man loves a woman

Apresentando:

Ele - Eu
Ela - Cássia
Eles - Nós dois

Eles sentados na rede, abraçados. A cabeça dela por sobre o braço dele. E quando ele olha para o rosto daquela que ali está ao seu lado, ele não tem mais dúvida: ele a ama. E só.

r.s. rodrigues

3 vozes roucas...

Thiago sofrendo com os sisos;
Rafael mais gripado impossível;
Eduardo machucado no futebol.

Será que fizeram mandinga? Pois se fizeram, TREMEI!!! invejosos! Não é qualquer dente nem gripe nem contusão que fará o 3 Vozes parar!
Hoje ainda alguns posts novos.

Abraços a todos, (nos desejem melhoras)

3 vozes

quinta-feira, abril 21, 2005

Diário de um Canalha - Parte I

Eu nunca escrevo uma história só. Sempre vivo no meio fio entre o A e o B. Assim, se um lado está mais "escuro", parto sem olhar pra trás para o outro lado. Ninguém me disse que era errado.
Meu pai casou-se com minha mãe, mas antes teve dois filhos de outra, e agora já está com outra. Oficialmente foram essas. Pois ainda lembro dos telefonemas femininos que eu atendia e chamava meu querido pai.
É natural. Não posso me limitar há uma só sinfonia. Beethoven se limitou a compor só uma?
Certo, eu não falso nenhuma coleção. E não divido cada uma em um dia da semana.
Mas uma só. Um. É algo muito solitário. Chato demais. E devo afirmar que não engano ninguém. Todas sabem das outras... De forma facetada, editada e fantasiada, mas sabem. O velho dialogo de praxe.
- São amigas minhas, meu amor.
E assim, seguimos com as nossas vidas. Sabe, o amor é algo tão gigantesco para ser concentrado em uma só pessoa. É como se fosse um ato egoísta de cada um de nós querer amar somente um. Um é um numero muito solitário. E já dizia o ditado que um é sempre pouco.
É necessário abrir o leque das possibilidades, ser aberto a novos caminhos e novos desafios.

Falando nisso, qual seu nome, meu amor?


Thiago Augusto

O dia em que um escritor amador resolveu aceitar o desafio de escrever um microconto com 50 letras e não conseguiu

Foi encontrado morto. Do seu lado, folhas rasgadas.

r.s. rodrigues

segunda-feira, abril 18, 2005

O tempo

O tempo que junta
O tempo que separa
O tempo que cura
O tempo que mata
O tempo que esquece
O tempo que maltrata
O tempo que começa
O tempo que acaba
O tempo que fadiga
O tempo que ensina
O tempo que dá
O tempo que tira
O tempo que chegou
O tempo que virá
O nosso tempo...
Que acabou de começar.
Eduardo Leite

domingo, abril 17, 2005

Cansaço

Cansei. Cansei de todos esses princípios. Cansei de ser normal. Cansei.
Cansei de mentir. Agora vou falar. Cansei de ninguém ouvir. Fingem que ouvem.
Ouçam.
Eu me arrependo sim. E de muita coisa. Não só do que fiz hoje. Mas também do que fiz ontem, anteontem, semana passada, e assim por diante.
Me arrependo também do que não fiz hoje. E do que não fiz ontem, anteontem, semana passada, e assim por diante.
Pois é. Agora falarei somente a verdade, doa a quem doer. E basta. Afinal, para quê mais que a verdade?
É, ela dói. Ora, claro que dói. Não é apenas um clichê. Aliás, também cansei dos clichês. De todos. Até desse de que a verdade dói. Não era pra doer. Era pra confortar, era pra verdade ser redentora. Mas a verdade magoa.
Cansei. Cansei de tudo.
Você está me ouvindo? Não era pra eu ter deixado você. Não era. Volta pra mim?
Não? Tá bom.
Me arrependo sim. Me arrependo de ter tentado. Me arrependo de não ter tentado. E de tudo o mais que disse e poderia dizer de novo, pois me arrependo novamente de tudo.
E me orgulho. Me orgulho de me arrepender.
Mas disso eu não me arrependo.
Rafael Rodrigues

Reminiscências de Abril

À Carolina Camara, Vanessa Gonçalves, Morena Koti, Bruna Koti, Arthur Malaspina, Luiz Vitor Martinello, Mariana Mattos e Rafael Rodrigues

"Parece o seu fulgor quando o fito direito,
uma faca que alguém enterra no meu peito,
veneno que se bebe em rútilos cristais
e, sabendo que mata, eu quero beber mais..."
(Menotti Del Picchia)

"Para que ser ordinário se podemos ser extra?"
(Lord Bernault)

A vida é frágil. Ponto final. É como uma construção. Quebra alguns alicerces e ela se vai toda ao buraco. Eu não estou aqui para me limitar a viver em um só caminho. Eu não quero teses e nem teorias. Não quero levantar bandeiras em prol de um só artefato.

Vou viver pelo além. Sim, moinhos de vento. O amor pelas causas que dizem por ai que estão perdidas. Não me encontro dentro dos livros fechados e de capas mal reproduzidas.

Eu não preciso saber que a terra gira em torno do sol, já que essa informação é inútil para qualquer coisa que eu irei fazer. O sol pra mim é só um astro, que brilha e me mata de dor de cabeça quase todas as tardes quando perambulo por ai.

Quero ver além das teses da biblioteca, achar aquilo que não pode ser escrito em lugar algum. Que seja sensível e toque a todos de qualquer forma. Que seja um tesouro pessoal para cada um. E manda para o inferno todos os estratagemas.

E tenho, então, a minha medida de todas as coisas. Nasci. Ponto final. Se não me conheço, ao menos sei o que não gosto. Meus métodos são estranhos mas eu não preciso ser o dono da verdade para provar o porque sou digno de escrever essas palavras.

Não nasci para dissecar minha vida em planos. Os imprevistos acontecem a qualquer momento, é impossível evita-los. A vida não pode ser programada, revista ou esquematizada.

Prezo aquilo que os livros técnicos não podem alcançar. A essência do ser humano. A vida só será vida enquanto não existir uma tese sobre o amor.

Acendam as luzes de seu medo. O amor não pode ser dissecado. Já que não se apega em nada que seja frio, teórico, empírico. Se é um fato que quero conhece-lo é só porque quero ter o saber dentro do saber. E não para abrir uma pagina em branco e fazer sua biografia.

O costume humano é estúpido. Nossa história não pode ser cortada em teses. Existe o além que ama, chora, vibra e nunca virará assunto de páginas nenhuma, pois é imenso demais para ser escrito em qualquer língua ou em qualquer palavra que for.

Sei muito bem quem feri, quem amei. E ando entre o que tenho e o que tive que perder por não ter validade alguma. E dentro de tudo isso, tento me formar sendo o mais convicto comigo mesmo e não com que diz os ditados.

Essa coisa de expressar os sentimentos, ser terno, sincero ainda nos fará chegar a algum lugar. Nem que seja só um passo adiante. Nem que seja motivo para mais uma canção.

Porque, por mais tolo que possa ser, nunca sentarei no canto de um apartamento com minha boca cheia de dentes esperando alguma coisa chegar.

Abra a janela e veja a vida lá fora. Ela é metáfora. E em suas teorias você não encontrará nada do que está lá fora.

Thiago Augusto

Para ler ouvindo: Todos os Caminhos, Lenine (Eu já me perguntei / se o tempo poderá realizar meus sonhos e desejos. / Será que eu já não sei por onde procurar / ou todos os caminhos dão no mesmo? // E o certo é que eu não sei o que virá, / só posso te pedir que nunca se leve tão a sério. / Nunca se deixe levar, que a vida é parte do mistério, é tanta coisa pra se desvendar... // Por tudo que eu andei e o tanto que faltar, / não dá pra se prever nem o futuro. / O escuro que se vê , quem sabe, pode iluminar / os corações perdidos sobre o muro. / E o certo é que eu não sei o que virá, / só posso te pedir que nunca se leve tão a serio, / nunca se deixe levar , que a vida, a nossa vida, passa, e não há tempo pra desperdiçar)

Passos para se postar num blog(blospot)

Aqui vão as aulas teóricas de como se postar num blog:

Bom dia alunos, eu sou o caçad... digo, professor Adornelo e vamos em apenas um módulo ensinar como um simples Minonplis pode comentar num blog e não deixar o dono do blog triste todas as manhãs que ele vem postar um novo textinho e vê o contador empacado no zero.

Passo 1, A leitura: Postar num blog é mais fácil que matar leões, um pedaço de paçoca na boca. A primeira coisa que você precisa fazer pra se sentir no clima de comentar é ler o post. Para isso, você só precisará de óculos se tiver algum desvio funcional dos seus globos oculares ou retina e de paciência se for comentar no 3vozes.

Passo 2, O Localizar: O passo dois consiste em você localizar o nome COMMENTS logo abaixo do post que deve vir desse tamanho e dessa cor, também será fácil de reconhecer pelo pequeno lápis grafite desenhado especialmente para enfeitar o lado dos nomes COMMENTS nos blogspots da vida.

Passo 3, O clique: Após o mais complicado passo que é o de localizar o minúsculo e capitulado nome, você precisará tomar uma decisão que envolve parte de sua predestinação pois você não irá clicar porque escolheu apenas, segundo meu amigo Jansen, mas sim porque você foi atraído antes por esse minúsculo lápis de madeira, ou seria virtual, mas de qualquer forma você precisará clicar em cima e... SURPRESA!!!! Mudará a página mostrando os COMMENTS que no caso serão nenhum, contador no zero, e daí entrará sua participação mais adiante.

Passo 4, Outro clique =x: Agora que você já riu à beça porque não tem nenhum comment, poderá, após o momento de euforia, localizar outro nominho mais em baixo, não tanto... isso, aí mesmo, escrito ingenuamente Post a comment, daí você terá que fazer uma manobra arriscadíssima que poderá desencadear um LER(Lesão por Esforço Repetido) no seu indicador direito, caso seja destro. E mais uma vez, para a tristeza da sua vista que nessa altura estará enfadada de tantas mudanças repentinas, surgirá outra tela onde poderá escrever seu escrac... digo, comment no blog do menino Eduardo.

Passo 5, Escrever: Aí prefiro confiar nas tias da alfabetização que com todo aqueles LEGOS próprios para minonplises e os suquinhos de caju com biscoitinho Cream Cracker tentavam persuadí-los a parar de espancar o amiguinho e olhar debaixo da saia da amiguinha para aprender o abcedário.

Passo 6, Outro Click(Meu Jesus!!): Depois de todo esse trabalho escrevendo uma imensa frase de 2 palavras, formando no total 8 letras(vai cagar!!!!) fora as exclamações, você poderá encerrar esse maldito trabalho, mas infelizmente, mais uma pegadinha do blogspot "Malditos sejam vocês do blogspot!". Terão que dar mais um clique. Agora num quadro azul que dentro em letras capitais os convida, Publish your comment, que ao contrário do que todos dizem por aí, vocês comentarão, quem posta é o menino Eduardo. E Fim!!

Agora vocês estão prontos para processar o blogspot por danos físicos(3 cliques, LER na certa) e podem se arrepender pro resto da vida de ter comentado no meu blog e nunca mais voltar.

sábado, abril 16, 2005

Ponto de partida

Enfim chegava sua hora de partir. Despediu-se dos amigos, da família, do trabalho. Era toda uma vida que ele deixava para trás.
Trinta anos. Como passa rápido não? “O tempo não pára...” cantarolou. É verdade, o tempo não pára.
Em trinta anos ele fez de tudo um pouco. E viveu bastante. Teve uma bela infância. Muito mimado pelos pais, sempre teve tudo o que quis. Foi crescendo e percebendo que nem sempre se consegue o que se quer. Na adolescência percebeu-se diferente dos colegas. Era mais discreto, calado. Tinha fama de intelectual, apenas pelo fato de gostar de ler e de estudar.
Alcançou a maioridade e passou a ver a vida de uma forma diferente. Na verdade, passou a entender algumas coisas e aprendeu que o mundo - e a vida - não é uma maravilha.
Durante seus trinta anos vividos, colegas teve inúmeros. Amigos de verdade, poucos. Mulheres não foram muitas, apenas o bastante. Preferia solidão ao sofrimento do fim de uma relação. No trabalho fizera sucesso. Competência nunca lhe faltou, e a recompensa era o crescimento dentro da empresa. O que incomodava era a rotina. Precisava se libertar daquilo, da prisão do dia a dia.
Queria ir embora dali, viver em outro lugar. Sempre teve essa vontade, mas nunca tivera coragem de sair de cena sem ser convidado. Cansou de esperar e resolveu convidar a si mesmo para estrear um outro espetáculo, interpretar um outro papel, no lugar-comum do teatro da vida.
Na estação, dentro do trem já em movimento, pensou em olhar para trás para ver pela última vez o lugar onde nascera e vivera até então. Mas não conseguiu, e continuou olhando para frente, para o nada, em busca de um novo horizonte. E de alguma outra coisa. Mas ele não sabia o que.
Era hora de iniciar uma nova vida. Era hora de começar de novo.

Rafael Rodrigues

sexta-feira, abril 15, 2005

O Reencontro

Ela era uma das mais bonitas do colegial. Você ainda pode se lembrar. Sorriso estonteante, aquela mexida com o cabelo que deixava você e os outros colegas de boca aberta.

Ta certo que já faz algum tempo que isso aconteceu. Você já tem barba, ela muitas histórias para contar. Mas o destino é assim mesmo. Naquela rua movimentada você foi justamente encontrar-la.

Ela ficou feliz ao te ver, você mais ainda. Ela cresceu muito bem, obrigado. Depois da troca de comprimentos, perguntas sobre a vida de cada um. Você diz que esta bem, ela diz que está bem e com pressa.

A única alternativa é trocar telefones, e marcar um jantar. Um encontro, pensa. E conclui que os colegas iriam ficar estupefatos por você, finalmente, ter um encontro com a “queridinha”.

Jantar acertado, as 20h30 nessa mesma noite. Vocês se encontram lá. Assusta um pouco, rápido demais um encontro súbito depois de anos sem contato.

Depois do trabalho, você está leve, flutuando. Feliz. Demora no banho, canta alto e desafinado uma canção do Legião. Dança, faz piruetas. Um encontro com a “queridinha”.

Sai do banho, coloca um roupão e parte para a difícil escolha do figurino. Essa combina. Não, não. Muito antiga. Talvez essa com a calça caqui. Mas assim você parece um jogador de tênis. Essa é muito colorida. Muito fúnebre. Muito menino do rio. E por fim você escolhe a velha calça preta, com a camisa branca. Comum porém agradável.

Pronto com uma hora de antecedência, enrola com alguma parte do jornal que você ainda não tinha lido, passeia rapidamente nos canais da tv e resolve ir.

Chave do carro na mão, a ultima olhadinha no espelho. Respira profundamente para sentir se seu perfume está levemente agradável. Tranca o apartamento e caminha para o elevador.

Já no carro, verifica se as pastas do banco de trás estão levemente organizadas e os tapetes aceitavelmente limpos, quem sabe você a leve de volta para a casa. Coloca o cd da Norah Jones, que acalma agora e poderá ser perfeito para depois.

Chega no restaurante com vários minutos de antecedência e espera ansioso. As mãos começam a suar. Você vai ao banheiro, lava as mãos, volta a mesa e espera. E enfim, toquem os tambores, ela chegou.

Caminha suavemente em direção a mesa, sua colega manteve o mesmo rebolado dos tempos do colégio, só que agora está muito mais feminina e madura. Você fica sem jeito, ainda mais com ela sorrindo assim.

Como um cavalheiro, você levanta, afasta a cadeira dela, ela lhe diz “Olá” e senta. “É hoje. Com certeza” passa por sua cabeça. E você senta. Quando finalmente ela diz as primeiras palavras da noite...

-Voltei com o meu namorado! Estou super feliz.

Você se congela. Paralisado. Tentando controlar seu desapontamento, você ergue a sobrancelhas e dá um tapa na sua bebida e disfarça dizendo um “que legal” nada sonoro. Você pensa em sumir, fingir convulsão e sair correndo. Será que o restaurante tem porta dos fundos?

Nas próximas horas o tempo passará caoticamente, você fingirá interesse pelas histórias chatas que ela contará e se lembrará que era bem melhor ter ficado em casa vendo a reprise de “Os Brutos Também Amam”. Sua noite foi aniquilada e sim, a conta quem pagará é você.


Thiago Augusto
(03/03/04)

quinta-feira, abril 14, 2005

Perfeição

Vamos desejar a estupidez humana A estupidez de todas as nações O meu país e sua corja de assassinos Covardes, estupradores e ladrões Vamos celebrar a estupidez do povo Nossa polícia e televisão Vamos celebrar o nosso governo E nosso estado que não é nação Celebrar a juventude sem escolas As crianças mortas Celebrar nossa desunião Vamos celebrar Eros e Thanatus Persáphone e Hades Vamos celebrar nossa tristeza Vamos celebrar nossa vaidade Vamos comemorar como idiotas A cada fevereiro e feriado Todos os mortos nas estradas E os mortos por falta de hospitais Vamos celebrar nossa justiça A ganância e a difamação Vamos celebrar os preconceitos E o voto dos analfabetos Comemorar a água podre Todos os impostos, queimadas, mentiras e sequestros Nosso castelo de cartas marcadas O trabalho escravo e nosso pequeno universo Toda a hipocrisia e toda a afetação Todo o roubo e toda a indiferença Vamos celebrar epidemias É a festa da torcida campeãVamos celebrar a fome Não ter a quem ouvir Não se ter a quem amar Vamos alimentar o que é maldade Vamos machucar um coração Vamos celebrar nossa bandeira Nosso passado de absurdos gloriosos Tudo o que é gratuito e feio Tudo o que é normal Vamos cantar juntos o hino nacional (A lágrima é verdadeira) Vamos celebrar nossa saudade E comemorar a nossa solidão Vamos desejar a inveja A intolerância e a incompreensão Vamos celebrar a violência E esquecer a nossa gente Que trabalhou honestamente a vida inteira E agora não tem mais direito a nada Vamos celebrar a aberração De toda nossa falta de bom senso Nosso descaso por educação Vamos celebrar o horror de tudo isso Com festa, velório e caixão Está tudo morto e enterrado agora JÁ aqui também podemos celebrar A estupidez de quem cantou essa cançãoVenha, meu coração está com pressa Quando a esperança está dispersa Só a verdade me liberta Chega de maldade e ilusão Venha, o amor tem sempre a porta aberta E vem chegando a primavera Nosso futuro recomeça Venha, que o que vem é perfeição

Renato Russo

quarta-feira, abril 13, 2005

Na Privada, o Retorno

Estava a pensar sobre a falta de inspiração. Sentia-me inspirado há uns 2 meses, mas minha produção desde então tem decaído, tenho idéias, mas devido ao tempo corrido deixo de passar pro papel ou WORD e acabo que... esquecendo.
Esquemas, fichamentos, resumos, resenhas, bomba de sódio e potássio, bainha de mielina, maiêutica socrática, empirismo, libido, pré-consciente, observação científica, sinais nervosos, transdutores, auto-sugestão, memória falsa. Isso não são inspirações, são problemas a serem resolvidos e organizados da vida acadêmica que vai bem obrigado, bem complicada, afinal de contas, notas não aliviam o peso da desorganização e senso responsabilidade mais a frustração de continuar na desorganização.
Faz-me pensar numa inspiração romântica e isso me faz torcer a cabeça pra tentar chegar a algum ponto de concordância com meu raso saber, alguma seqüência que faça sentido já que um romance refletido em qualquer contexto(material, pessoal, gastronômico inclusive) poderia despertar inspirações. Mas percebo que enquanto escontra-se na fase platônica surte mais efeito que após a vitória em si, vitória em um aspecto, em outros é apenas o começo da batalha de convivência, assentamento no emprego, administração do estudo... como o pós guerra que faz mais mortos que a guerra em si.
Penso em abordar assuntos polêmicos, mas ainda me preparo psicologicamente pra isso, depois do texto Lutero me taxaram de crente apesar dessa fase ter passado há algum tempo(a idade média da minha vida, fase né? :P ), mas ainda existe o anonimato, não? São 3 vozes, eu anunciei que faria textos polêmicos, assim que lerem algum sobre aborto, é claro que poderá ser de qualquer um dos 3, por que teria de ser meu? Implicância do c@r@lh*!
Ainda hoje irei postar um tutorial sobre como comentar, algumas pessoas visitam e não nos dão o prazer de ler seus xingamentos em cada post. Realmente gostaríamos de movimentar um pouco o blog e quem sabe se houver mais comentários eu possa me inspirar numa paixão platônica eterna pelos comentários e jamais deixar de postar? Ixi! Daí o blog ia falir... >:-/
Eduardo Leite

Momentos na privada, pensamentos privados

"Porra, até que eu recebia algumas visitas no meu blog, que será que tá acontecendo?"
Diabinho aparece, pausa para o cocô sair, ele fecha o nariz com nojo: "Conta umas piadas cacete, coloca a história dos minonplis que o pessoal vai se divertir e mandar os amigos entrarem porque vão dizer que decaiu o já caído nível cultural da merda do teu blog!"
Aparece o anjinho com máscara de gás e pijama(se chama pijama?) sujo de chocolate: "Nada disso Eduardo, lembre-se do pacto que você fez com Sócrates, Nietzsche, Crowley... ops, Crowley não!"
"Pára com esse papo de cultura porra, desde que ele parou de escrever parada religiosa decaiu o acesso, caíram na real ô mané! Tem que ter umas parada mais descolada, umas piadas racistas, umas críticas passionais à igreja, à namoradas estúpidas e toda forma de idiotas" diz o diabinho insandecido.
"Concordo com você, acho que ele tem que colocar umas coisas mais descoladas mesmo, nada dessas poesias de merda nem desses contos grotescos", retruca o anjinho.
"Isso aí! Então vamo tumá uma no sebosão e discutir como vai ficar essas parada!", convida o diabinho.
"Boa, vamos falar um pouco daquele fela da puta do Descartes!", aceita o anjinho.
E lá continuava eu na ginástica intestinal enquanto decidia o futuro do blog.
Deveria eu fazer spams no orkut?!? Nããããããão!! Ou sim? Hmmmm...
Eduardo Leite

Tanto (A)Mar

Foi você que interrompeu a ação.

E agora que todos estão em silencio olhando em seus olhos e o foco de luz incide em sua cabeça, sua garganta seca e você perde a fala.

Depois de tudo que aconteceu, você não liga de dizer que ama, pois este verbo existe de verdade. O problema é se expor assim de forma tão gigantesca, e aos olhos de todos contar o que você fez, ser chamado de “canalha” e ainda receber objetos arremessados pelo publico.

O medo de admitir perante a verdade todos os erros seria mais fácil se só alguns ouvissem.

Mas o pano caiu, e não fechou a cortina de seus enganos. Agora só existe o real em exposição. Acompanhado de todos seus erros.

Você fica feliz por ser só verdade ou chora por ter ferido um anjo?

Thiago Augusto

Bilhete de despedida


Se fosse meu namorado eu teria ciúmes. Ora, ele é o dono da empresa, é jovem, bonito, tem um belo carro e dinheiro de sobra. Seria fácil ele te trair.
Atraso na produção, reuniões até tarde da noite, reuniões emergenciais aos sábados à tarde... Não, tudo isso era mesmo verdade. Mentir? Pra quê? Não havia necessidade. Bastava o horário de almoço.
Duas horas. Duas exaustivas, maravilhosas e prazerosas horas. Ele saía da empresa e ia a um hotel no centro da cidade. Não ia com o próprio carro. Utilizava um dos vários carros da empresa. Mais seguro. Vai que você está passando e reconhece o carro? Primeira regra para maridos e esposas infiéis: jamais utilizar o próprio carro para tais fins. Principalmente se houver algum modo de se reconhecer o automóvel: um adesivo, algum acessório, enfim.
Ele saía sozinho e do mesmo jeito voltava. Ninguém sabia onde ele ia. Sabiam apenas que ele saía para almoçar fora.
E você pensando, acreditando piamente que ele era fiel, um marido exemplar. Não vou dizer que não era. Afinal ele nunca deixou de te tratar bem, nunca deu as costas ao lar. Aliás, é bom você saber: você é a coisa que ele mais prezava. Sempre dizia que você era “a mulher da minha vida”. Você sabe quantas fotos suas ele tem no escritório. Ele te venerava.
É difícil saber de tudo isso e não sentir pena de você. É difícil, mas não impossível. Eu não sinto nenhuma pena de você. Bonita, de boa e abastada família, inteligente... Reconheço suas virtudes. Mas você não bastava pra ele. Você não o realizava. E é aí que eu entro.
Estou cansada. Vamos terminar logo com isso. Se quiser escrever algo para sua família, ou até mesmo para ele, um bilhete de despedida, qualquer coisa, tome, papel e caneta. Vou lá fora e volto daqui a alguns minutos. Gritar sem sua língua você não pode. Correr com esse joelho estourado você não vai.
Ai, ai. Pois é. Eu vou ficar com ele, vadia.
Rafael Rodrigues

terça-feira, abril 12, 2005

Romance de retalhos

* Primeiro capítulo de um romance que estava tentando escrever. Escrevi apenas 11 capítulos, em sua maioria curtos, o que não dá muitas páginas. Espero algum dia retomar sua escrita, pois gostei do que escrevi até agora.
I

A verdade é que se eu escrevesse um romance sobre minha vida, com certeza seria mais rentável. Imagino meus pais indo a público negar diversas histórias, assim como meus irmãos. A imprensa viria até mim saber até que ponto o que escrevi realmente aconteceu. Em diversos jornais meu romance seria destaque nas seções culturais. Isso faria com que as vendas fossem grandes, e meu editor ficasse muito contente. Além disso, eu eliminaria um peso de minha consciência contando a verdade sobre tudo e sobre todos que sempre me rodearam. É muito provável que isso fizesse com que meus parentes se afastassem por definitivo de mim, e que meu pai morresse de um enfarto. Minha mãe não duraria muito, e morreria pouco depois de desgosto.
São essas as razões que me levaram a adiar esse projeto. Não quero que as coisas cheguem a tal ponto. Depois que meus pais estiverem bem enterradinhos em suas covas, escreverei o romance - terminarei, aliás, boa parte está escrita - e o publicarei. Com meus irmãos eu me entendo. E mesmo que não, paciência. Eu não preciso deles mesmo...

Rafael Rodrigues

domingo, abril 10, 2005

Amor Sem Metafisica

Atração. Atração. Atração. Atração. Atração. Atração. Atração.
A. Tração. A. Tração. A. Tração. A. Tração. A. Tração.
Sem Tração. Sem Tração. Sem Tração. Sem Tração.
Tensão. Tensão. Tensão. Tensão. Tensão.
Tesão. Tesão. Tesão. Tesão. Tesão.
Traição. Traição. Traição.
São. São. São. São.
Atração.

Thiago Augusto

sexta-feira, abril 08, 2005

Nietzsche e eu

- "Seja sincero", foi o que disseram. Se é pra ser sincero, serei.
Pra começar, não sabia que iria chegar aqui tão cedo, tão rápido. Mas enfim, não importa.
Eu estava cansado. Cansado de ver tudo dar errado. Cansado de ver tudo errado e não poder fazer nada. Quando eu descruzava os braços, só conseguia piorar tudo. Estava cansado de fazer tudo errado.
Demorei a perceber que quase sempre o errado era eu, e não os outros. Sabe quando você tem certeza de que está andando no caminho certo, e quando chega no fim da estrada há uma placa indicando que não há mais para onde ir e você tem de voltar? Pois é. Esse foi o meu caso.
Estudos, trabalho, família, amor, tudo. Tudo deu errado. É verdade que sempre fui um "cara legal", "uma boa pessoa", todos diziam esse tipo de coisa a meu respeito. Mas havia algo em mim que impossibilitava o sucesso. Tanto no colégio quanto na faculdade fui um aluno mediano. No trabalho era um bom funcionário. Talvez por ser "legal" demais, "bom" demais, não consegui alcançar posições melhores. Apenas cargos medianos. Ao menos tenho minha consciência tranquila, não me vendi ao sistema nem a ninguém.
Fui um filho que não deu problema a seus pais. Entretanto, não lhes dava atenção nem amor. Assim que tive oportunidade saí de casa para nunca mais voltar.
Com as mulheres fui pior ainda. Consegui afastar de mim a única mulher que realmente me amou. As que amei também. Seria engraçado se não fosse triste: a mulher que me amou, eu também amei, mas não tive coragem suficiente para admitir perante e enfrentar os que iriam se opor àquele amor proibido, resultante do adultério de ambas as partes. As outras foram embora pelo simples fato de eu nunca declarar meu amor por elas na hora certa: sempre cedo demais, sempre tarde demais.
Quanto a você, não preciso falar, você sabe. Nunca morri de amores por ti, mas nunca te deixei de lado. Não fiz tudo o que mandaste, mas nem por isso sou pior que os outros. Sou teu filho, mereço teu perdão.
Apareça! Quero lhe ver!
- Deus está morto, filho.
- Nietzche?
- E nós também.
Rafael Rodrigues

quarta-feira, abril 06, 2005

Que vergonha Chico! (divagações a respeito do mito)

Vejam só como são as coisas. Chico Buarque (compositor, cantor, escritor de romances e peças de teatro) finalmente meteu os pés pelas mãos. Vamos recapitular o acontecido.
Chico Buarque (CB) foi flagrado aos beijos com uma mulher casada. Ela vem a ser a produtora de eventos artísticos, fotógrafa e designer de sobrenome chato de se pronunciar - e de escrever - Celina Sjostedt numa praia no Rio de Janeiro.
É impressionante como nada afeta o CB. Com todo esse escândalo - que não foi nem tão divulgado assim - resolvi averiguar matérias publicadas na internet sobre o acontecido. O que constatei foi o seguinte: todos querem proteger o CB. Muito se falou de Celina e seu marido, o compositor, cantor, produtor, Ricardo Duna. Muito se falou, porém sem maiores diferenças entre o que foi falado, se é que me entendem. Trocando em miúdos: as informações eram as mesmas em todos os sites, pois eram relativamente escassas.
O coitado do Ricardo - que de Ricardão não tem nada - foi quem saiu mais prejudicado na história toda. Ou não. Direi o porquê mais adiante.
Celina saiu de casa. A mãe do Ricardo deu declarações dizendo que o filho estava desolado e coisa e tal. Os filhos do casal (sim, o casal tem dois filhos, um de 13 e uma de 12 anos de idade) ficaram com o pai e a avó. Ricardo está bancando o sensato. Disse que o casal vai "repensar a relação" e que o affair com o CB foi apenas uma coisa de momento, "um impulso que ela não conseguiu controlar". Descobri que essa não foi a primeira vez que Celina aprontou com o Ricardo. Já é a segunda vez que ela o trai com o Chico. Da primeira vez eles se reconciliaram e tocaram a vida adiante. A diferença é que quando isso aconteceu, o público não ficou sabendo. Ficou apenas entre eles.
(Estou soltando os fatos aos poucos para vocês não ficarem chocados.)
O pior disso tudo é o seguinte: o CB frequentava o estúdio do Ricardo há vários anos. Dizem até que eram amigos. O Ricardo diz não ter ódio do Chico. Eu teria.
Teria porque já estou cheio de todo esse folclore que fazem em torno do CB. Sei que ele é um dos maiores músicos do país, sei que tem uma história interessantíssima. É um dos monstros sagrados da MPB e bla bla bla. Mas por que tanta fineza ao se tratar dele? Não acho que ele mereça tanto.
Gente, ele "pegou" uma mulher casada. Não sou o mais indicado para falar disso, mas ele é O Chico Buarque. Deveria dar o exemplo. Ele não quer ser o recluso? O bonzinho? O bonzão? Então? Deveria comportar-se.
Não conhecia mais que duas músicas do CB até ontem, quando comprei uma coletânea delas. Pensei que não iria gostar, ia falar mal das músicas e das letras aqui no blogue, ia contra a maré. Mas não aconteceu. Gostei pra caramba do disco. Não vou poder falar mal. Da música não.
Da literatura sim. Ainda não tive o (des)prazer de ler todos os livros dele, mas li o mais comentado e mais vendido, "Budapeste". Sinceramente, não achei grande coisa. E se esse foi o mais vendido e mais elogiado, imagine os outros. Quase cometo a loucura de gastar dinheiro comprando "Benjamin". Bom, talvez tenha de fazer isso mesmo. Não conheço ninguém que tenha e na biblioteca da faculdade não tem. Vou ter que comprar pra ler. Espero que valha a pena, mas desconfio muito disso. Enfim, "Budapeste" é uma leitura razoável. CB tinha em mãos uma história muito boa, que poderia ter sido bem melhor desenvolvida. E não venham me crucificar. Quem elogiou só elogiou porque era do Chico. Queria ver se eu tivesse escrito. Nem publicado seria.
Mas e o Ricardo? Ele foi o mais prejudidado da história. Ou não. O CB deu uns pegas na gatinha da Celina, que por sua vez ficou conhecida como a musa do CB. O Ricardo saiu de vítima. Muitas mulheres devem estar penalizadas com sua situação, querendo consolá-lo. E outras coisinhas mais devem querer também. Seu cd "O vendedor de flores" "começou a ser comercializado", digamos assim, já que quase não era vendido. Depois do escândalo a procura aumentou.
Pra terminar, uma alfinetada: a cueca samba-canção que o CB estava usando no dia do flagra é ridícula. Muito tosca.

Rafael Rodrigues

Sobre Fatos e Flores

São fatos e flores. Luzes e cores. Antíteses aos milhares. Desejos impenetráveis nas mais bélicas calmarias distintas das luzes de seus olhos. De nossos olhos. De todos os olhos.
Os rabiscos aqui escritos só fazem parte de uma vã produção quase nada honrosa, não agora nesse labirinto intransigente que agora se escreve em minha alma.
São tantas falhas e emancipações que meu súbito impulso é como a água, e escorre sem cessar. Mas água demais sempre faz mal. Assim como tudo em excesso em nossas vidas malditas. Me fiz um corte, mas tenho medo de perder sangue demais. Choro, mas tenho medo que eu chore demais.
Movimentos tão notórios, claros e distintos que deformam a mais clara das luzes, ou será só reação do inesperado áspero de algo que ainda não sei como descrever.
Hoje eu não quero escrever poética, mas ao menos é isso que me restou. Tudo que disser hoje serão palavras mal construídas em meio a algo que eu sei o que é e não sei o que é. O tudo e o nada. O claro e o escuro. E todos os paradoxos de comparação banal que parcos escritores já fizeram.
Hoje eu fecho o livro. E não abro mais. Ao menos não nessa hora. Mas algo dentro de mim me diz o óbvio: “Você irá abrir-lo em muito pouco tempo”.

Thiago Augusto
(24/10/03)

terça-feira, abril 05, 2005

Novos horizontes do conhecimento


"Em sua busca a um paraíso, supostamente perdido, a humanidade transformou-se num imenso mercado, onde proliferam ciências, filosofias e religiões. Formidáveis aparelhos ideológicos procuram perpetuar a ignorância, mantidos com os dividendos gerados a partir da venda indiscriminada de dogmas.

Definidos como fundamentos indiscutíveis de qualquer doutrina, os dogmas afirmam a existência de verdades absolutas. Concebidos entre quatro paredes, com a finalidade de legitimar e preservar interesses de pequenos grupos, são extremamente sofisticados em sua ação, geralmente subliminar. Não admitindo discussão, são a antítese da liberdade.

Perquirir, não obstante, é característica intrínseca ao ser humano. Os que anelam por novos horizontes na esfera do conhecimento, transformam-se nos arautos da Nova Era, repetindo, na forma de reformulação de conceitos, a bíblica expulsão dos mercadores do templo. Mesmo a ciência oficial, particularmente a sisuda física moderna, com todo seu formalismo matemático, tem esbarrado em paradoxos, cujas soluções ultrapassam os limites da realidade sensorial.

Em notável artigo, intitulado O ovo psíquico, Gregory Hall sugere que "o ego deve romper a casca aparente do mundo para ter uma visão mais clara do universo". A realidade, malgrado nossa dependência ocidental às explicações "científicas", parece não estar restrita à ação dos cinco sentidos. Estados de consciência, como a sonolência que precede o sono, os sonhos, a semiconsciência anterior ao despertar e o orgasmo, talvez possuam uma realidade própria. Os fenômenos parapsicológicos e ufológicos, sugerem um universo em que mundos igualmente reais podem coexistir, e em que a distinção entre o real e o irreal, o objetivo e o subjetivo, não fica facilmente delineada.

O homem permitiu a atrofia de suas faculdades, acomodando-se ao mundo dos padrões e do consenso. Possivelmente, se abandonasse a realidade comum, esperasse tudo dos acontecimentos, agisse sem resistência e experimentasse o mundo diretamente, captando sua essência sem racionalizações e preconceitos, libertar-se-ia de seu "transe cultural" e do condicionamento a que se submete involuntariamente. Talvez o Éden esteja na simplicidade, na consciência liberta do ego. Não há motivo para temermos quebrar a casca do ovo. Afinal, o passarinho só pode voar depois de partir a casca... "

(Crônica publicada no jornal "NH", de Novo Hamburgo/RS, em 18/9/1995.)

Por Martinho Carlos Rost

segunda-feira, abril 04, 2005

Sobre homens e livros

Sou apenas um homem que sempre tem um livro em mãos. É uma ótima saída para salas de espera, filas de banco, viagens, ou alunos chatos e burros.
Sim, alunos chatos e burros. Alguns alunos de faculdade têm o dom de serem insuportavelmente insuportáveis - com o perdão da ridícula expressão. E burros. Para esses, passo uma atividade qualquer - em grupo ou individual. Enquanto os imbecis quebram as cabeças, eu leio.
Não posso dizer que gosto de ler. Leio apenas por não ter outra coisa para fazer. Não posso me exercitar numa sala de espera, ou de aula. Nem andar por aí com discman para ouvir música, outro hábito meu. Além do perigo de ser assaltado e perder o aparelho - e o cd - já sou quase um senhor, e senhores não andam por aí com um discman.
(A não ser aqueles gordos, cheios de problemas cardíacos ou de colesterol, que caminham nos calçadões das praias e nas avenidas das cidades.)
Hoje sou apenas um homem que sempre um livro tem em mãos. Um hábito adquirido quando jovem. E meus colegas sempre comentavam: "você só anda lendo, ein?". E pediam que lhes indicasse algo. Eu achava aquilo engraçado. Havia um certo tom de admiração quando falavam comigo. "Você já leu esse livro?". Quase sempre a resposta era "sim". E então perguntavam minha opinião. Com um ar superior eu falava sobre o autor, sobre o livro, enfim, dava a impressão de ser profundo conhecedor do assunto.
Isso foi há mais de quinze anos. Um homem que em mãos tem sempre um livro pode ser classificado como intelectual, literato ou romântico. Na verdade, ele é apenas um homem medíocre. Como eu sou.
Um homem que um livro sempre tem em mãos é um homem duro, cético. Um homem desse tipo sabe o que é amar uma mulher, mas afirma que o amor não existe. É um homem solitário e que não gosta das pessoas. Um homem dessa espécie perdeu há muito a capacidade de chorar, de se emocionar. Não lembro da última vez que chorei. Acho que na época da faculdade, época em que também amei.
(Pela última vez.)
Esses homens não conseguem fazer mal a quem quer que seja - teoricamente. Não descontam sua raiva nos outros, mas em si mesmos. Essa raiva - controlada, não liberada - esse ódio, quando ele finalmente é libertado, pode ter consequências drásticas.
(Coisa que raramente ocorre, pois esse tipo de homem é tão indiferente a tudo que nem ódio consegue sentir.)
Um homem assim é capaz de matar outro homem - ou uma criança - sem nem sentir. Não por algum motivo especial, mas assim, por nada. Faria isso como qualquer um vai ao banheiro após tomar três ou quatro cervejas. Ou como alguém mata uma barata.
(Eu sou capaz de matar...)
Mas é um homem como os outros, o homem que sempre em mãos tem um livro.

Rafael Rodrigues

Era o terceiro toque do telefone. Jonas andava de um lado para o outro da sala, ansioso.
- Vamos logo, atende essa porra, Arnaldo. - E caminhava impacientemente. No sétimo toque, finalmente, uma voz do outro lado da linha.
- Arnaldo, porra, finalmente! É o Jonas, eu sei que você sabe que sou eu, mas só pra confirmar. Cara, estamos fudidos. Parece que descobriram. É. Eu percebi voltando pra casa, vi uma movimentação antes mesmo de virar a esquina, dai paguei prum pivete perguntar o que estava acontecendo e de acordo com o que ele me falou a gente se ferrou.
Jonas parava de se locomover, falava rápido quase sem parar. Espirrava gotas de saliva e sentia sua mão e testa suada.
- Como assim você não está na sua casa agora? Meu, e se descobrirem seu galho nessa arvore? Vai pra casa agora, esquece tudo que você estava fazendo. É sua vida em jogo.
De pé novamente pensou em ir até a janela, mas achou que alguém poderia ouvir o que se passava e desconfiar do acontecido, nem mesmo Nina sabia que ele estava lá. Enganar o porteiro alegando uma "supresa quando ela chegar" foi muito fácil.
- Eu vou lá, só me diga aonde você guardou. Lembra que a idéia era nunca dizer? Mas agora é necessário. Eu enrolo sua mãe, digo que vou pegar algo meu e no momento que ela me deixar sozinha eu pego e vazo dali num segundo.
Jonas queria fumar, já que nos filmes qualquer situação perigosa ficava mais calma com tabaco na mão. Ou talvez, quem sabe, uma bebida, mesmo sabendo que ficaria tonto depois da terceira taça.
- E eu sei lá que porra eu vou fazer com isso, não dá pra queimar. Perder tudo assim de uma hora pra outra, custou tempo. Eu não vou admitir perder isso. Dou um jeito de deixar em algum lugar. Você sabe que se envolver mais uma pessoa vai ferrar ao dobro pro meu lado.
Talvez nunca tivesse passado de fato em sua cabeça que em alguma hora iria acontecer. Rever os passos e pensar aonde a porta foi aberta por alguns segundos deixando a luz das pistas saírem estava fora dos planos. O desespero já havia tomado seu corpo.
- Só sei que não vou perder. Fica tranqüilo que eu ainda vou nos manter dentro. Estou indo imediatamente pra sua casa. Não esquece. Eu te cubro e você me cobre. Pode deixar. Tchau.
E finalizou a ligação.

Do outro lado da cidade, Arnaldo ainda segurava seu aparelho móvel. Em um forte suspiro seus olhos focavam o tenente Rogério a sua frente.
- Não se preocupe, Arnaldo. Ele é seu amigo, mas você fez o correto. Eu também não admitiria se um conhecido meu fizesse tamanha imoralidade. Eu também o entregaria. Não se preocupe e deixe a sua consciência "pesada" em outro lugar.

Thiago Augusto

sábado, abril 02, 2005

Interior

Tudo em nossa vida tem um preço, atitudes que tomamos e palavras que dizemos. A Cada dia a vida me ensina uma nova sinfonia. Se hoje aprendo a teoria, amanhã a prática me consome. Quando penso que começo a entende-la me perco no meio de uma grande teia nebulosa, meu sorriso é entristecido quando não compreendo quem me cerca.

Minhas atitudes são como versos em um poema, um suspiro a mais muda seu total sentido. Minhas palavras perdem a ressonância quando minha voz articulada é mal compreendida, meu coração se congela novamente e no frio da escuridão eu procuro novamente a luz.

Os livros me mostram o caminho, mas ao pisar no chão gelado percebo como é difícil caminhar por entre as nuvens. Se num silencio minha felicidade prevalece, ela se escorre no seguinte como água entre os dedos. Quando vejo que minha construção está imperfeita, cortada pelos seus olhos de tristeza, minha razão se perde e me vejo diminuto numa sala sem saída.

Porque espero que o dia nasça belo e que minha oração se realize quando esqueço de contar cada estrela que apaguei e cada alma que feri. Mas se meu próprio irmão me trata com desprezo como posso compreender as línguas que diferem nesse mundo, se nem a minha própria já foi um dia desvendada.

Se meus ditados um dia te feriram sinto a repulsa suicida de joga-los ao abismo, minha alma me condena, marca minha sentença e meus pecados me congelam em um mar petrificado. Como posso dizer que estou no céu se pisei na rosa mais bela que existe e não a restaurei e somente agora em sua morte encontrei o desespero incurso em minhas veias.

Como posso pedir perdão por tudo que matei e destrui se o meu próprio fim será em morte e destruição.

Thiago Augusto

Para ler ouvindo: O Preço, Engenheiros do Hawaii (O preço que se paga às vezes é alto demais / É alta madrugada, já é tarde demais / Pra pedir perdão... / Pra fingir que não foi mal / Uma luz se apaga no prédio em frente ao meu / "Sempre em frente" foi o conselho que ela me deu / Sem me avisar que iria ficar pra trás / E agora eu pago meus pecados / Por ter acreditado que só se vive uma vez / Pensei que era liberdade / Mas, na verdade, eram as grades da prisão)

Agonia

Poor pope...

Rafael Rodrigues

Untitled

Eu queria poder dizer as coisas certas nas horas certas. Queria poder fazer as coisas certas nas horas que deviam ser feitas. Eu também queria dizer o que queria dizer no momento, sem pensar no que viria depois. Sem analisar. Simplesmente deixar fluir na tensão do presente. Gostaria de ter feito coisas que deixei de fazer por medo ou por vergonha. Hoje penso que essas ações e palavras que não foram vistas nem ouvidas, poderiam ter feito toda a diferença em minha vida. Para o bem ou para o mal. Não importa. Pelo menos, se eu tivesse agido, se eu tivesse falado, eu não iria no futuro olhar para trás, e ver isso escrito.

Rafael Rodrigues